Mudança demográfica reduz pressão de jovens no mercado de trabalho
Nos últimos seis anos, cerca de 425 mil jovens de 18 a 24 anos, ocupados ou em busca de ocupação, deixaram de pressionar o mercado de trabalho nas seis principais regiões metropolitanas do Brasil. A grosso modo, se quantidade semelhante de jovens estivesse no mercado, a taxa de desemprego metropolitano, hoje em 7,5% da população […]
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Nos últimos seis anos, cerca de 425 mil jovens de 18 a 24 anos, ocupados ou em busca de ocupação, deixaram de pressionar o mercado de trabalho nas seis principais regiões metropolitanas do Brasil. A grosso modo, se quantidade semelhante de jovens estivesse no mercado, a taxa de desemprego metropolitano, hoje em 7,5% da população economicamente ativa (PEA), poderia ficar próxima de 10%.
A questão é que o ritmo de crescimento da população brasileira está diminuindo a uma velocidade maior que a esperada. Mais que isso, as dinâmicas são diferentes, e até opostas, entre diferentes grupos por faixas etárias. Enquanto a participação dos mais jovens na força de trabalho encolhe, a da população de mais de 50 anos é a que mais cresce, refletindo a forte expansão demográfica do passado.
Os jovens de 18 a 24 anos, que representavam 15,1% da população em idade economicamente ativa das principais regiões metropolitanas do País em 2003, passou a responder por 12,6% no ano passado. “Três pontos porcentuais é uma queda e tanto”, diz o gerente da pesquisa mensal de emprego do Instituo Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Cimar Azeredo. Nesse mesmo período, a fatia dos trabalhadores com 50 anos ou mais saltou de 24,9% para 30,2%.
A população está envelhecendo porque a taxa de natalidade tem caído num ritmo maior que o da mortalidade. Em pouco mais de 40 anos, da metade da década de 1960 até 2006, a taxa de fecundidade brasileira passou de 6,2 filhos por mulher para 1,8 filho, segundo dados mais recentes da Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde da Criança e da Mulher (PNDS), divulgados pelo IBGE em 2008.
De forma geral, a queda da fecundidade no Brasil é explicada pelas transformações ocorridas na estrutura socioeconômica do País. As mudanças incluem os processo de urbanização, industrialização, estabilidade monetária e a entrada da mulher no mercado de trabalho, além de avanços das políticas de ensino, saúde e previdência.
A mudança na composição da estrutura etária da população economicamente ativa tem diversas implicações econômicas e sociais. Para o professor da Escola Nacional de Ciências Estatísticas do IBGE, José Eustáquio Diniz Alves, uma PEA mais envelhecida significa uma força de trabalho com maiores níveis educacionais, com maior experiência e com maior produtividade.
Isso significa que a PEA pode contribuir com o desenvolvimento brasileiro e com o aumento da renda per capita. “A renda tende a aumentar com a idade”, diz o professor. Além disso, o País poderá contar com mais pessoas em idade produtiva e com menos razões de dependência. Ou seja, cada adulto terá um número menor de dependentes para sustentar.
“O grande impacto será na produtividade da economia brasileira”, observa o professor de relações do trabalho da Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo (FEA/USP), José Pastore.
Escolaridade
A média de anos de estudo da força de trabalho brasileira hoje é de apenas sete anos, o que é muito pouco quando comparado com países com os quais o Brasil compete, como os do leste Europeu, onde essa média é de 11 anos. E chega a ser covardia comparar o grau de escolaridade do trabalhador brasileiro com o de países como Estados Unidos, Inglaterra e Alemanha, onde a média é de 13 a 14 anos de estudo.
A redução da taxa de participação do jovem no mercado de trabalho brasileiro também está relacionada ao aumento da presença nos bancos escolares, observa Marcio Pochmann, presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (ver reportagem abaixo). “Na faixa de jovens, hoje a média de escolaridade já subiu para nove a dez anos”, diz Pastore. “Isso é ótimo, porque daqui a uns dez anos, essa vai ser a média dos chefes de família no País.”
O problema é que o período do chamado “bônus demográfico” não dura para sempre. Depois, segue-se o envelhecimento populacional, o que pode vir a ser um “ônus demográfico”.
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