MPE quer bloquear bens de Artuzi e de envolvidos em corrupção

O promotor Paulo César Zeni revelou que o MPE (Ministério Público Estadual) vai solicitar à Justiça a indisponibilização dos bens do prefeito afastado de Dourados Ari Valdecir Artuzi (PDT) e das demais pessoas acusadas de participar de esquema de fraudes em licitações e recebimento de propina desmantelado na Operação Uragano (furacão em italiano) da Polícia […]

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O promotor Paulo César Zeni revelou que o MPE (Ministério Público Estadual) vai solicitar à Justiça a indisponibilização dos bens do prefeito afastado de Dourados Ari Valdecir Artuzi (PDT) e das demais pessoas acusadas de participar de esquema de fraudes em licitações e recebimento de propina desmantelado na Operação Uragano (furacão em italiano) da Polícia Federal. Suspeita-se que a rede de corrupção desviava pelo menos R$ 500 mil mensais dos cofres da Prefeitura de Dourados.

Ontem, durante entrevista coletiva, o promotor informou também que o MPE vai pedir o afastamento de 29 agentes públicos entre os quais do próprio prefeito que está preso em Campo Grande, dos nove vereadores envolvidos no esquema de corrupção, secretários, servidores e outros nomes citados nas investigações.

Segundo o promotor Paulo Zeni, o objetivo do MPE é de requisitar na ação principal por improbidade administrativa, inclusive, a devolução de dinheiro público desviado pelos integrantes do esquema de corrupção.

As investigações da PF (Polícia Federal) mostram que Artuzi utilizava o dinheiro das propinas para compra de cabeças de gado e imóveis urbanos e rurais, e para custear despesas familiares.

Afastamento

Zeni disse ter pedido os afastamentos dos parlamentares por duas razões: porque os vereadores com mandatos poderiam prejudicar o andamento das investigações e para manter a ordem pública no município. Ontem, por exemplo, ao menos 600 pessoas ocuparam o prédio da Câmara e impediram o andamento da sessão. A solicitação de afastamento não tem prazo para ser definida e será examinado pelo juiz Carlos Alberto Rezende.

O promotor disse que tem provas técnicas contra os vereadores. O inquérito do caso, preparado pela Polícia Federal durante a operação Uragano, na semana passada, produziu pilhas de 2.389 páginas, separadas em nove volumes.

Paulo Zeni disse que vai apurar 14 CDs que armazenam imagens e áudios de diálogos dos envolvidos no esquema. Gravações indicam que os vereadores recebiam de R$ 10 a R$ 20 mil para aprovar as licitações indicadas pelo prefeito da cidade, Ari Artuzi, do PDT, também preso na operação.

O promotor pediu o afastamento dos vereadores Aurélio Bonatto, Edvaldo Moreira, Humberto Teixeira Junior, José Carlos Cimatti, Zezinho da Farmácia, Julio Artuzi, Marcelo Barros, Paulo Henrique Bambu e Sidlei Alves, o presidente da Câmara.

A Polícia Federal indiciou ao menos 60 pessoas que teriam ligações no esquema, 29 dos quais empresários que pagavam propinas ao prefeito da cidade em troca de prestação de serviços.

Colaboração: Celso Bejarano e Nicanor Coelho

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