Moradores fazem fila para receber donativos em cidade alagoana

Moradores que ficaram desabrigados por causa da enchente que destruiu a cidade de Branquinha (AL) enfrentam dificuldades para receber donativos, neste sábado (26). Muitos são organizados em filas na porta da igreja católica que serve de central improvisada de doações, na parte baixa da cidade. Outro ponto de arrecadação foi montado em uma igreja evangélica […]

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Moradores que ficaram desabrigados por causa da enchente que destruiu a cidade de Branquinha (AL) enfrentam dificuldades para receber donativos, neste sábado (26). Muitos são organizados em filas na porta da igreja católica que serve de central improvisada de doações, na parte baixa da cidade. Outro ponto de arrecadação foi montado em uma igreja evangélica na parte alta do município.

Enquanto aguardam mantimentos, outro problema enfrentado pelas pessoas é o forte cheiro de carniça. O odor é provocado pelas mortes de animais, que devem estar sob a lama que ainda cobre algumas áreas de Branquinha, segundo a Defesa Civil.

Em Alagoas, de acordo com a Defesa Civil, 15 cidades decretaram estado de calamidade pública, entre elas a cidade de Branquinha. Mais de 180 mil pessoas foram afetadas pelas chuvas no estado. Até este sábado, 76 pessoas estão desaparecidas e 34 mortes foram confirmadas.

O governador Teotônio Vilela Filho visitou a cidade para conversar com os moradores e integrantes das corporações que estão mobilizadas para ajudar as vítimas da enchente. Ele voltou a dizer que a cidade terá de ser reerguida em outro ponto mais alto e afastado do leito da cidade. Militares do Exército, agentes de Defesa Civil e voluntários fazem a triagem e o cadastro das vítimas.

“Já localizamos um terreno de um hectare de área para estudarmos a possível contrução de casas”, disse a prefeita da cidade, Ana Renata Lopes Freitas, ao governador durante o encontro.

Josefa Adriana da Silva, 32 anos, está na fila para receber donativos desde as 13h30. “Perdi parte da minha casa. O jeito é enfrentar essa fila para podermos passar alguns dias mais tranquilos. Mas o que está incomodando mesmo agora, além da falta de moradia, é esse cheiro muito forte de carniça. Isso está insuportável.”

Marilei Oliveira Santos, 47 anos, também perdeu parte da casa com a enxurrada e foi para a fila pegar uma cesta básica para os parentes. “Meus irmãos e filhos ficaram sem a casa, que foi destruída por completo na enchente. Agora, esse cheiro está muito forte mesmo. Acho que deve ter muito animal morto nessa água e sob a lama.”

Anália Agripina da Silva, 66 anos, também está enfrentando o sol forte que incide sobre a região neste sábado para pegar água e alimentos. “É o suficiente para passar poucos dias, mas é um alento, já que perdi tudinho e estou ficando em casa de amigos.”

Segundo o Major Aurivano Chiocheta, da Defesa Civil do Rio Grande do Sul, coordenador do trabalho de levantamento de Avaliação de Danos (Avadan), é preciso otimizar o recebimento e a distribuição de doações na cidade. “Uma catástrofe com um registro de enxurrada brusca como essa que atingiu essas cidades de Alagoas nunca foi registrada no país. Alagoas foi brindada negativamente com esse efeito da natureza.” Ele circulou por todas as cidades mais atingidas, e considera que a situação é mais grave em Branquinha, Rio Largo, União dos Palmares, Murici, Santana do Mundaú e São José da Laje.

A prefeita Ana Renata disse que recebeu em sua casa muitas doações nos primeiros dias após a enchente e que agora distribui lençol, colchão e roupas em uma igreja evangélica. Água e comida estão na igreja católica.

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