Menor mentiu sobre cor de pele de executor de Eliza, diz delegada
A delegada Ana Maria dos Santos afirmou, nesta sexta-feira (16), que o adolescente suspeito de envolvimento no desaparecimento de Eliza Samudio mentiu sobre a cor da pele do homem que teria assassinado a jovem, conhecido como Neném. Segundo a delegada, o jovem tem medo dele. A polícia afirma que Neném é o ex-policial Marcos Aparecido […]
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A delegada Ana Maria dos Santos afirmou, nesta sexta-feira (16), que o adolescente suspeito de envolvimento no desaparecimento de Eliza Samudio mentiu sobre a cor da pele do homem que teria assassinado a jovem, conhecido como Neném. Segundo a delegada, o jovem tem medo dele.
A polícia afirma que Neném é o ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, que também é conhecido como Bola e Paulista. Ele teria executado Eliza.
“Indagado a cerca das divergências das características físicas da pessoa por ele identificada como executor, ele disse que a pessoa a que ele se refere como Neném seria alguém de cútis negra, porque ele queria ‘desbaratinar’ a imprensa, porque sabia que os fatos seriam publicados. O medo do executor lhe deixa apavorado e lhe remete novamente a um verdadeiro filme de terror”, segundo a delegada.
O adolescente começou a prestar depoimento na quarta-feira (14) e pretendia continuar a falar na quinta-feira (15), porém, foi orientado a falar somente em juízo pelo advogado.
O delegado Edson Moreira afirmou que o menor, além de reconhecer a casa onde Eliza teria sido morta e descrever a maneira como o crime aconteceu, reconheceu também a fotografia de Bola como o autor do crime.
Durante a entrevista coletiva, foi apresentado um mapa do trajeto que teria sido feito do sítio de Bruno até a casa em que a jovem teria sido morta. O caminho percorrido foi determinado com base nas descrições do adolescente.
O novo depoimento, em que o menor afirma ter mentido sobre a cor da pele de Neném, foi tomado no Centro de iIternação Provisória de Contagem, onde ele está internado. Segundo a delegada Ana Maria, o adolescente confirmou ter pedido apoio ao suposto tio, no Rio de Janeiro, por estar “muito perturbado” com a morte de Eliza.
“Ele não conseguia mais dormir bem, a imagem de Eliza lhe vinha repetidamente na mente. Aquilo lhe parecia um filme de terror. E ele afirma ter procurado o tio, ter dito para ele tudo que aconteceu e ter buscado um apoio emocional e apoio para se sentir mais seguro”, afirma Ana Maria.
De acordo com a delegada, o adolescente vivia com Bruno e Macarrão no Rio de Janeiro. Ele teria sido convidado por Macarrão para dar um susto em Eliza, que vivia pressionando Bruno, e enfatiza que não sabia que ela seria morta.
No depoimento, ele detalha a forma como ocorreu a morte de Eliza, confirma que Neném perguntou a Eliza se ela era usuária de drogas. Depois, ele aplicou uma gravata em Eliza, que morreu sufocada. Segundo a polícia, aterrorizado, o menino teria saído do lugar, depois o executor passa trazendo um saco de cor preta, aparentemente pesado, e lança para alguns dos cães da residência uma mão, que seria de Eliza.
Segundo a delegada, o adolescente fala que Bruno não estava presente na morte de Eliza. Porém, pelo depoimento do menor, a polícia percebe que, Bruno passa a ter conhecimento dos fatos no decorrer dos acontecimentos.
Mais envolvidos
A delegada Alessandra Wilke afirmou que o menor e Macarrão pegaram Eliza e o bebê em um hotel no Rio de Janeiro e a levaram para a residência de Bruno, no dia 4 de junho. Eles viajaram do Rio de Janeiro para Minas Gerais após um jogo entre Flamengo e Goiás. Bruno e outra mulher também acompanharam a viagem.
“Chegando em Minas Gerais, pararam em um motel em Contagem. Conseguimos comprovar a estadia dos mesmos com depoimentos e do cartão de débido bancário, onde Bruno pagou as duas suítes”, disse Alessanda
Segundo a polícia, eles permaneceram no motel por seis horas e depois seguiram para o sítio na tarde do dia 6. Após a saída do grupo, foi encontrada uma fralda da criança.
Alessandra afirma que a polícia pretende tomar o depoimento dessa uma outra mulher que teria um relacionamento com o Bruno e também viajou com o grupo. “Ela auxiliou a cuidar do filho da Eliza quando eles ficaram separados. Precisamos tomar o depoimento da mesma para ver se ela sabia do plano que foi executado pelos envolvidos”, disse.
Segundo a polícia, Eliza foi mantida em cárcere privado no sítio de Bruno entre os dias 6 e 9 de junho. Para a delegada, o cárcere começou no dia 4, quando ela estava na casa de Bruno no Rio de Janeiro. “Ela foi separada do bebê, que passou aos cuidados da outra mulher, foi segregada ao quarto onde passou a noite trancada”, disse Alessandra.
Carta
A Polícia Civil de Minas Gerais informou que recebeu uma carta que teria sido escrita por uma testemunha. A carta citaria o envolvimento de uma nova pessoa na morte de Eliza, que não aparece nas investigações.
O advogado Edson Moreira afirma que a carta não vai influenciar as investigações. “A carta não tem nada a ver com a investigação. É apócrifa, sem valor legal, feita para tumultuar as investigações.”
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