Mato Grosso do Sul celebra história de 33 anos e como sua população vive ‘sonhos e pesadelos’
Gladson Oliveira Guerreiro, nascido em 11 de outubro de 1977, data que MT virou dois estados, narra uma história de começo, meio e fim certo, mas não o desejado. Ele quis ser médico veterinário, mas toca hoje um hotel perto de Dourados
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Gladson Oliveira Guerreiro, nascido em 11 de outubro de 1977, data que MT virou dois estados, narra uma história de começo, meio e fim certo, mas não o desejado. Ele quis ser médico veterinário, mas toca hoje um hotel perto de Dourados
Mato Grosso do Sul nasceu em 11 de outubro de 1977 com a assinatura do presidente Ernesto Geisel na lei complementar 31. O sonho de Vespasiano Martins enfim realizado. Um momento para ser celebrado por todos aqueles que lutaram pela divisão do Mato Grosso.
Gladson Oliveira Guerreiro nasceu às sete da manhã do mesmo 11 de outubro de 1977. Resultado da adição do amor de Antonio com a paixão de Rosalina, o rebento Gladson foi o primeiro sul-mato-grossense nascido no Mato Grosso douradense. O nascimento de Gladson encheu de alegria a casa dos Guerreiro enquanto as ruas comemoraram o “novo estado”.
Passados 33 anos nada a comemorar. Mato Grosso do Sul enlameado pela corrupção e desmandos administrativos e sem nenhuma festividade. Gladson sequer vai assoprar velinhas e espera por uma “surpresa”.
Para ambos foram 33 anos de muitos sonhos e alguns pesadelos. Projetos idealizados, sonhos feitos, refeitos e desfeitos; dia-a-dia cheio de trabalho e uma realidade a ser enfrentada: não sucumbir aos percalços.
O primeiro sul-mato-grossense foi registrado no Cartório do Segundo Ofício de Dourados e hoje é o gerente de um hotel que a sua família montou no distrito de Vila Vargas. Gladson disse que no início parecia uma loucura construir um hotel no pequeno distrito que fica às margens da BR 163.
Passaram-se quase dez anos e o projeto deu certo. Gladson mora no hotel. É um ermitão moderno. Sai de casa apenas pela “janela” da televisão e pela “porta” da internet, mas sabe de tudo sobre o que acontece com o Mato Grosso do Sul.
Gladson guarda na gaveta da sua escrivaninha o livro “Sonhos e Pesadelos – Mato Grosso do Sul 30 anos” escrito pelo jornalista douradense Valfrido Silva, há três anos. A palavra “pesadelo” fez com que o hoteleiro sequer tocasse a capa do livro que segundo seu autor tenta responder por que o Mato Grosso do Sul acabou patinando no tempo e perdendo terreno na economia e na política para o Mato Grosso.
Neste longo percurso de 33 anos o Mato Grosso do Sul chegou aonde chegou pelos méritos de seus habitantes que jamais claudicaram aos desejos de políticos insensatos e de tramas maquiavélicas.
O novo Estado alcançou 2010 em meio a denúncias de corrupção entrelaçadas nos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário.
Uns 15 dias atrás, Ary Rigo, deputado desde a divisão, disse que aqui em Mato Grosso do Sul dinheiro da Assembleia Legislativa é repartido entre o governador, o pessoal do Judiciário e do Ministério Público, além dos parlamentares.
Um pouco mais atrás, no início de setembro, a Polícia Federal prendeu o prefeito, o vice e 9 dos 12 vereadores de Dourados. O motivo? Esquema de corrupção.
Gladson, o Guerreiro de nossa história, sobrevive com poucos sonhos. A realidade da lida diária no hotel não dá tempo para pensar em devaneios. Nosso guerreiro ajudou a reforjar a gente audaz de Mato Grosso do Sul e como um herói Guaicuru mira os celeiros cheios de cana-de-açúcar, com tuas parcas matas e o cerrado todo serrado contemplando ao longe o esplendor do Pantanal.
Gladson lembra que o fato de ter nascido no dia da criação do MS e de ser o primeiro sul-mato-grossense a nascer no novo Estado não mudou nada em sua vida. Uma vez por ano ele se lembra da data e esperar para comemorar junto com o MS.
Também nasceram no dia 11 de outubro de 1977 em Dourados Katy Bethânia Wincker da Silva, às 15h30; Edna Manari dos Santos, às 18h40; e, Jucilene Matos Mauro, ‘as 20h25. Pode onde andam Katy, Edna e Jucilene? Assim como Gladson deve estar vivendo sonhos por dias melhores!
Em 1996 Gladson deu uma entrevista para o diário O Progresso de Dourados e até hoje guarda o recorte do jornal que foi emoldurado. A lembrança guardada no fundo de uma mala obriga Gladson a fazer um exercício de memória. Em 1996 quando tinha apenas 19 anos, Gladson sonhava ser um Médico Veterinário.
Como não gostava e estudar aprendeu poucas lições. A mais importante deles é que a vida deve continuar. Foi reprovado no vestibular da UNIDERP em Campo Grande. Em Dourados começou os cursos de Nutrição Animal e Administração de Empresas.
Acabou indo trabalhar na vidraçaria do pai. Depois tentou ser empreendedor. A sua loja para pequenos animais ruiu. Foi quando a sua família abriu o hotel. Gladson seguiu a vocação da família e que no comércio ganha o pão de todos os dias.
E o estado de Mato Grosso do Sul? Assim como Gladson que leva a vida olhando o vai-e-vem de pessoas na BR 163; dos caminhões carregados de cana-de-açúcar e etanol, de sonhos e pesadelos.
Os pessimistas dizem que está tudo errado, está tudo errado, tudo errado, errado. Os otimistas que tanto Gladson quanto o Mato Grosso do Sul caminham rumo ao desenvolvimento. Os realistas procuram respostas para as perguntas surgidas no âmbito da campanha eleitoral que suscitaram dúvidas sobre as verdades e inverdades sul-mato-grossenses.
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