Jornalista acusado de matar criança durante briga de trânsito será ouvido em SP

Empresário Antonio João e o jornalista Sebastião Geraldo Pereira da Silva, amigo do acusado, foram testemunhas de defesa nesta manhã em audiência no fórum

Ouvir Notícia Pausar Notícia
Compartilhar

Empresário Antonio João e o jornalista Sebastião Geraldo Pereira da Silva, amigo do acusado, foram testemunhas de defesa nesta manhã em audiência no fórum

O juiz da 1ª Vara do Tribunal do Júri, Carlos Garcete, autorizou o jornalista Agnaldo Gonçalves, acusado de matar Rogério Pedra Neto, 2, durante briga no trânsito da Capital, a prestar depoimento através de carta precatória. O acusado está em Praia Grande (SP) e teve na última sexta-feira (18) suspenso o pedido de prisão.

Nesta manhã, no Fórum de Campo Grande, foi a vez das testemunhas de defesa prestarem depoimento. Entre elas, o empresário, jornalista Antônio João Hugo Rodrigues e o também jornalista Sebastião Geraldo Pereira.

A defesa considera o crime uma fatalidade. Já o Ministério Público afirma que o jornalista teria visto que dentro da caminhonete estava uma criança e mesmo assim atirou.

Defesa

“O Agnaldo é íntegro e comedido. Sempre foi muito bom e nunca foi violento”, afirma o amigo Sebastião.

“Conhecia o Agnaldo há 40 anos. Pacato, uma pessoa lutadora profissionalmente”, disse o jornalista Antônio João.

O advogado Valdir Custódio, que faz a defesa de Agnaldo, pediu ao juiz que o cliente fosse ouvido através de carta precatória [pelo juiz de Praia Grande]. O caso teve comoção social e Agnaldo não se sentia à vontade de permanecer em Mato Grosso do Sul.

Com camisetas estampadas nelas a foto da criança, familiares do menino acompanharam do lado de fora da sala de reunião os depoimentos.

O caso

De acordo com a denúncia do Ministério Público, Agnaldo Ferreira, que conduzia um Fox, teria começado a discutir com Aldemir Pedra, 22, que dirigia uma caminhonete L-200 e transportava no veículo seu pai, João, e os sobrinhos Rogério, de 2 anos e Ana, de 5, na esquina da avenida Ernesto Geisel com a avenida Mato Grosso. O bate-boca teria iniciado às 10h40 minutos do dia 18 de novembro.

O rapaz teria demorado a arrancar a caminhonete no sinal verde. Daí em diante, os dois trocaram insultos, até a Avenida Mato Grosso perto da Rua Rui Barbosa, onde ocorreu a tragédia. Note esse trecho da denúncia que indica como começaram as provocações: “Assim, ao perceber que o sinal estava aberto, a vítima [Aldemir] arrancou com o veículo, trafegando pela pista da direita da Avenida Mato Grosso, sentido bairro-centro, momento em que o denunciado [jornalista] emparelhou seu veículo com o carro da vítima, dizendo: ‘Você é lerdo, presta atenção no trânsito’”.

No que a vítima retrucou, dizendo: “Presta atenção você, estou com duas crianças dentro do carro”. O jornalista disse que o condutor da caminhonete foi quem teria insuflado a discussão e inclusive, bateu na mão dele quando tentava acionar a Polícia Militar pelo telefone 190. A perícia constatou essa afirmação.

Na Avenida Mato Grosso com a rua Rui Barbosa, quando os carros ficaram emparelhados no sinaleiro, o jornalista sacou um revólver de calibre 38 e disparou contra a caminhonete. Os tiros acertaram Rogério e João. O menino, sentando no banco de trás da caminhonete, ao lado da irmão, que nada sofreu, levou um tiro na região do pescoço e morreu no final da tarde. João, foi ferido no rosto, mas sobreviveu. Dali, Agnaldo Ferreira seguiu até a delegacia e quis registrar o caso como briga de trânsito e acabou preso. Ainda segundo a denúncia, o jornalista, antes de atirar na caminhonete, sabia que nela estavam duas crianças.

Últimas Notícias

Conteúdos relacionados