“Isabella entrou sangrando no apartamento”, diz perita

Rosângela Monteiro, perita criminal convidada para depor pela defesa e acusação, foi enfática: o sangue encontrado no carro e apartamento do casal Nardoni era de Isabella. Munida de laudos técnicos, a primeira testemunha do terceiro dia de julgamento disse que é possível afirmar também que a menina já entrou sangrando no apartamento, carregada. Dessa forma, contradisse a alegaçã…

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Rosângela Monteiro, perita criminal convidada para depor pela defesa e acusação, foi enfática: o sangue encontrado no carro e apartamento do casal Nardoni era de Isabella. Munida de laudos técnicos, a primeira testemunha do terceiro dia de julgamento disse que é possível afirmar também que a menina já entrou sangrando no apartamento, carregada. Dessa forma, contradisse a alegação inicial da defesa de que a vítima foi agredida no lar por uma terceira pessoa.

A promotoria pediu para a testemunha, que começou a depor por volta das 10h25, reforçar suas credenciais. Após apresentar um extenso currículo acadêmico e profissional, destacando “os 30 anos na área forense”, Rosângela disse ser a pessoa mais capacitada em São Paulo para lidar com o reagente químico bluestar, usado para identificar as manchas de sangue.

A pedido de Francisco Cembranelli, que representa a acusação, a perita confirmou que, ao seu ver, ninguém na defesa possui treinamento para lidar com o reagente que confirmou que o sangue era de Isabella. “O que chamou mais atenção foi as gotas de sangue que estavam na soleira da porta, de fora para dentro”, destacou.

De acordo com ela, analisando a dinâmica das gotas, é possível dizer que elas caíram de uma altura de 1,25 metro. “A menina não entrou sangrando e caminhando no apartamento, ela foi carregada”. Outra questão levantada por ela é que algumas manchas estavam “irregulares”, o que, de acordo com Rosângela,  significa que foram apagadas. “Às pressas, porque os vestígios continuaram e identificados pelos reagentes.”

Segundo a perita, no carro do casal foram identificadas três manchas: no assoalho, banco do motorista e lado esquerdo de um assento de bebê, no banco traseiro. Dois vestígios não foram possíveis analisar. O terceiro, encontrado ao lado da cadeira, tem elementos do DNA de Isabella e de um indivíduo do sexo masculino, que seria do filho dos Nardonis.

Ao entrar na sala, Ana Carolina Jatobá, a madrasta, deu bom dia para a defesa. Alexandre Nardoni seguiu impassível. Quando o juiz leu os crimes dos quais o casal é acusado, porém, ele abaixou a cabeça, só levantando quando a testemunha começou a depor. Na plateia, a autora Gloria Perez acompanhava tudo, sentada logo atrás da avó materna de Isabella, que deixou o júri por volta das 11h10.

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