Igreja precisa “limpar a casa”, diz cardeal do Vaticano

Um dos principais cardeais do Vaticano afirmou, neste sábado, que é preciso “limpar a casa” diante da série de escândalos de pedofilia dentro da Igreja Católica. Em entrevista ao jornal italiano Corriere della Sera, o cardeal Walter Kasper, que chefia o conselho ecumênico da Igreja Católica, disse que as necessidades das vítimas devem ser a […]

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Um dos principais cardeais do Vaticano afirmou, neste sábado, que é preciso “limpar a casa” diante da série de escândalos de pedofilia dentro da Igreja Católica.

Em entrevista ao jornal italiano Corriere della Sera, o cardeal Walter Kasper, que chefia o conselho ecumênico da Igreja Católica, disse que as necessidades das vítimas devem ser a prioridade.

Kasper também disse que foi o papa Bento 16 quem tomou atitudes que levaram ao processamento de vários casos de suspostos abusos sexuais por padres, quando ainda chefiava a Congregação para a Doutrina da Fé como cardeal Joseph Ratzinger.

“Ele foi o primeiro a sentir a necessidade de regras novas e mais rígidas”, afirmou Kasper.

“Precisamos de uma cultura de vigilância e de coragem”, disse.

Confrontação

Na noite de sexta-feira, três deficientes auditivos que alegam ter sofrido abusos sexuais por padres em uma escola em Verona, no norte da Itália, confrontaram um porta-voz da Igreja em um programa ao vivo na televisão.

Os três ex-alunos perguntaram por que os clérigos que supostamente abusaram deles não foram punidos.

Em fevereiro, a Congregação para a Doutrina da Fé pediu para que o bispo de verona, monsenhor Giuseppe Zenti, entrevistasse ex-alunos da mesma escola para determinar se deveria ser tomada alguma atitude contra os padres acusados.

O caso italiano é semelhante ao ocorrido no Estado americano de Wisconsin, quando a Congregação, ainda comandada por Ratzinger, disse a bispos para encerrarem um julgamento interno de um padre acusado de ter molestado 200 meninos surdos em uma escola.

O jornal do Vaticano L’Osservatore Romano negou que houve acobertamento e criticou o que chamou de “uma tentativa desprezível de atacar o papa Bento 16 e seus assistentes mais próximos a qualquer preço”.

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