Identificados por nome “de guerra” militares mortos em queda de helicóptero no Pantanal

Só resistiu à carbonização o adorno com os sobrenomes usado no pescoço dos militares; razão do desastre aéreo ocorrido no Pantanal deve ser conhecida daqui um mês; morreram em treinamento sargento Orizo, capitão André Luiz, capitão Viglione e cabo Correa (fotos: Exército)

Ouvir Notícia Pausar Notícia
Compartilhar

Só resistiu à carbonização o adorno com os sobrenomes usado no pescoço dos militares; razão do desastre aéreo ocorrido no Pantanal deve ser conhecida daqui um mês; morreram em treinamento sargento Orizo, capitão André Luiz, capitão Viglione e cabo Correa (fotos: Exército)

Os corpos dos quatro militares do Exército mortos ontem à noite após a queda de um helicóptero na região do Pantanal, perto de Corumbá (MS), foram reconhecidos no IML (Instituto Médico Local) de Campo Grande graças às plaquetas de identificação que gravam os “nomes de guerra” das vítimas. Após a queda a aeronave, por razão ainda a ser investigada, pegou fogo e os militares morreram carbonizados.

Coletas de sangue foram retiradas dos corpos para os exames de DNA. O funeral dos militares acontece nesta sexta-feira, a partir das 8 horas da manhã, no Destacamento de Aviação do Exército, na vila Serradinho, nos fundos do aeroporto da Capital.

Morreram no desastre aeronáutico os capitães André Luiz dos Santos, que morava na cidade de Itajubá (MG), Vinícius Viglioli Salgado, de Juiz de Fora (MG), o sargento Renan Moreira Orizo, da cidade de Caraguatatuba, interior paulista e o cabo Rodrigo da Silva Corrêa, que morava aqui em Campo Grande (MS).

Até por volta das 17 horas de hoje, os corpos dos oficiais já haviam sido liberados do IML.

O acidente ocorreu por volta das 21 horas de quarta-feira numa fazenda situada na região conhecida por Nhecolândia, no município de Corumbá, a uns 200 km da fronteira com a Bolívia.

No local, uma fazenda particular, foi montado desde a segunda-feira um destacamento militar. A direção do CMO (Comando Militar do Oeste) informou que 188 militares participavam de exercícios de adestramento dos pilotos e tripulações.

A aeronave, um helicóptero Fennec, fabricado na década de 80, caiu a uns mil metros da cabeceira da pista e explodiu.

O chefe do CMO, o general Renato Joaquim Ferrarezi, disse que o caso será investigado pela Comissão de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos, órgão da FAB (Força Aérea Brasileira) e também por meio Inquérito Policial Militar, tocado pelo Exército.

Questionado sobre a possibilidade de o aparelho militar ter sido abatido numa suposto atentado, o general disse que hipótese seria “remotíssima”, mas que será investigada.

O comandante acha improvável uma “ação ilícita” dada à distância do local do acidente até a linha de fronteira, 200 km, região explorada por traficantes de cocaína.

Ainda segundo o general, militares que participavam dos exercícios de guerra na noite do acidente, ouviram um “estrondo” perto da cabeceira da pista, depois notaram que o helicóptero havia explodido.

Os corpos das vítimas foram resgatados nesta quinta-feira por volta das 11 horas pelo Esquadrão Pelicano, da Base Aérea.

No IML, a identificação foi dificultada porque os corpos das vítimas foram deformados pelo impacto da queda e pelo fogo. (Colaborou: Alessandra de Souza)

Conteúdos relacionados