Governo alega “reformas” e fecha outra ala do Hospital Regional mesmo sob protestos
Leitos de ala no 7º andar estão desativados. Os médicos dizem que lutaram para manutenção do setor, mas não foram atendidos pela direção. Governo nega e alega “reformas” para explicar cortes nas vagas.
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Leitos de ala no 7º andar estão desativados. Os médicos dizem que lutaram para manutenção do setor, mas não foram atendidos pela direção. Governo nega e alega “reformas” para explicar cortes nas vagas.
Mais um setor é afetado pelas mudanças no Hospital Regional de Mato Grosso do Sul. Dessa vez a ala B do 7º andar do HRMS está fechada. Segundo informações confirmadas por funcionários do hospital, cerca de vinte leitos foram fechados no local e mais quatro leitos foram “bloqueados” na cardiologia. Foram enviadas fotografias dos locais com leitos desativados para a redação.
Anteriormente também haveria leitos desabilitados na Clínica Cirúrgica, porém, segundo informações, após a divulgação de reportagens sobre os fechamentos, o setor voltou a funcionar.
Os funcionários reclamam que faltam informações claras sobre as mudanças que estão sendo realizadas. “Primeiro em reunião o diretor disse para todos que precisava cortar gastos. Dai a imprensa começou a cobrar e a diretoria se desmentiu, passou a falar em “readequações”. Ninguém sabe ao certo o que está acontecendo, mas o fato é que houve corte de leitos”, resume um funcionário que trabalha no Hospital Regional desde a inauguração.
Enfermaria desativada
“Os pacientes não têm mais lugar. O pessoal do corpo médico lutou para continuar com a ala, mas foram transferidos para o CCIH (Centro de Controle de Infecção Hospitalar). Isso aconteceu há uma semana”, explica um funcionário do local que pede para não ser identificado temendo represálias por parte da chefia.
Os funcionários afirmaram que agora, o atendimento é feito na emergência e, após o atendimento inicial, dependendo do caso, o paciente é encaminhado para o Hospital Dia (na unidade de saúde do Bairro Nova Bahia) ou para o Hospital Universitário. “Então agora os pacientes dependem das vagas estarem disponíveis nesses locais”, explica um servidor.
“É um caos. O pessoal da infectologia está na clínica médica. Ninguém fala nada, ninguém diz nada, não dão satisfação nem para os médicos. A situação está um caos”, denuncia outro profissional de saúde que trabalha no Hospital Regional.
Segundo eles, os pacientes que ainda estavam na ala há alguns dias, antes dos leitos serem desabilitados, chegaram a dizer que fariam uma manifestação, o que não aconteceu.
“Não sei porque eles desistiram, mas a equipe médica ficou muito chateada com a situação, pois a informação que tivemos aqui é que a ala foi fechada por ‘culpa’ dos médicos, já que segundo a direção, eles pediam muitos exames, o que encarecia o tratamento, ou seja, dava muita despesa”, explicou um enfermeiro.
“Redução Mínima”
Questionado sobre possíveis leitos desabilitados no Hospital Regional de Mato Grosso do Sul, o Governo do Estado, através da assessoria de imprensa oficial, informa que a direção hospitalar, por meio do diretor Reinaldo Perches Queiroz, garante não ter havido o fechamento dos leitos.
Segundo o Governo, o que acontece no hospital é uma “redução mínima dos serviços apresentados , pois estão fazendo readequação do local para que no início do próximo ano, o Hospital Regional volte a trabalhar a pleno”.
De acordo com as informações oficiais, no momento acontecem pequenas reformas e uma redução mínima da prestação do serviço para manutenção da aparelhagem “de forma que não haja prejuízo para a clientela”. A informação oficial é que no referido 7º andar, onde a enfermaria foi desativada, estão acontecendo reformas para instalação posterior da UTI Neonatal.
Já no 6º andar, onde houve a denúncia de desabilitação de quatro leitos, a informação é apenas de que no local estão acontecendo mais reformas.
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