Goldman toma posse no governo de SP na terça-feira
Com a desincompatibilização hoje do governador José Serra (PSDB), assume o cargo interinamente o vice Alberto Goldman. A posse de Goldman, no entanto, só acontecerá na terça-feira (6), em cerimônia marcada para as 16 horas no Palácio dos Bandeirantes, após a diplomação na Assembleia Legislativa, prevista para as 15 horas. Serra e Goldman são amigos […]
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Com a desincompatibilização hoje do governador José Serra (PSDB), assume o cargo interinamente o vice Alberto Goldman. A posse de Goldman, no entanto, só acontecerá na terça-feira (6), em cerimônia marcada para as 16 horas no Palácio dos Bandeirantes, após a diplomação na Assembleia Legislativa, prevista para as 15 horas.
Serra e Goldman são amigos há cerca de 30 anos e o novo titular do Palácio dos Bandeirantes governará sob a bandeira do continuísmo. Goldman finalizará as obras e projetos que serão destaques da campanha do governador ao Palácio do Planalto, como o Rodoanel e a expansão do metrô, e conduzirá o PSDB à sucessão em São Paulo. Essa segunda missão, na avaliação de correligionários do tucano, será a mais difícil para Goldman, que atuará em um cenário distante do que avaliava como ideal.
Entusiasta da candidatura ao governo paulista do ex-secretário da Casa Civil Aloysio Nunes Ferreira, Goldman terá a habilidade testada em uma campanha encabeçada pelo ex-governador e ex-secretário de Desenvolvimento Geraldo Alckmin, que deverá ser oficializado como o nome tucano para a sucessão no Palácio dos Bandeirantes.
Em 2008, Goldman apoiava Gilberto Kassab (DEM) e contava com a desistência de Alckmin em disputar a Prefeitura. Uma liderança tucana explica as desavenças.
– Eles estavam em lados diferentes antes da campanha nacional de 2006, com a disputa entre Serra e Alckmin para ser o candidato a presidente, e também na eleição municipal de 2008, entre Alckmin e Kassab. Mas são naturais os desacordos.
O presidente estadual do PSDB, deputado Mendes Thame, trata a diferença como natural.
– Pode ter havido diferença de opiniões, mas não houve diferença de princípios e isso pode ser superado”, reforça o presidente estadual do PSDB, deputado Mendes Thame.
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Se mudanças no programa de governo não devem ser desencadeadas durante os nove meses da gestão Goldman, o mesmo não pode ser dito quanto ao “fuso horário” do Palácio dos Bandeirantes. Diferente de seu antecessor, que se autodenomina notívago, o vice-governador, aos 72 anos de idade, faz questão de dormir antes da meia noite e acordar por volta das seis da manhã, hábito que deve antecipar as cerimônias e os compromissos de governo. O primeiro sinal nessa direção foi dado quinta-feira na inauguração do Trecho Sul do Rodoanel Mário Covas: o evento teve início às 6h40.
Com Serra, as cerimônias da manhã costumavam ser marcadas a partir das 10 horas, acrescidos os habituais atrasos de até uma hora do governador. Goldman, por sua vez, procura cumprir os horários de forma espartana. O tucano tem horário para os treinos de basquete semanais, para as aulas de inglês e para o café da manhã com a mulher, Deuzeni Goldman, com quem é casado há 32 anos. Dedica espaço ainda na agenda para tocar piano e para frequentar as salas de cinema do Shopping Pátio Higienópolis. Cinéfilo, o vice-governador transferiu a paixão pela sétima arte para a filha Paula, que atua como cineasta em Londres.
Nascido em São Paulo em uma família de poloneses, em 1937, Goldman passou a infância no bairro do Bom Retiro, reduto das famílias judias que aportavam na cidade nas décadas de 30 e 40. O pai, Wolf Goldman, fazia questão de que o filho aprendesse piano e estudasse em uma universidade pública, o que levou Alberto, aos 18 anos, a ingressar na Poli-USP (Politécnica da Universidade de São Paulo). No início, o adolescente tinha dúvida se abraçava a carreira de engenheiro ou estudava regência. Optou pelo primeiro caminho, que o levou ao movimento estudantil e, posteriormente, ao Partido Comunista Brasileiro (PCB).
Com o bipartidarismo imposto pela ditadura militar (1964-1985), Goldman se filiou ao Movimento Democrático Brasileiro (MDB), pelo qual foi eleito duas vezes deputado estadual por São Paulo (1971 e 1975) e duas vezes deputado federal (1979 e 1983). Após a redemocratização, com a dissolução do MDB, Goldman ingressou no PMDB, por meio do qual foi ministro dos Transportes no governo do ex-presidente Itamar Franco, entre 1992 e 1993. Em 1997, entrou no PSDB.
Eleito mais duas vezes deputado federal pelo PSDB, em 1998 e 2002, Goldman foi indicado, em 2005, para o posto de líder da bancada tucana na Câmara. A personalidade forte e a sinceridade por vezes cáustica marcaram sua atuação à frente da oposição, principalmente no caso do mensalão do PT. Após as denúncias do esquema, Goldman chegou a ingressar com representação na Casa pedindo a instauração de processo contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva por improbidade administrativa.
Ulysses Guimarães, presidente da Assembleia Nacional Constituinte de 1988, certa vez o definiu:
– Sua oposição é nítida, quente e às vezes desaforada […].Goldman é do tipo que dá nome aos bois e não diz coisas diversas em cada canto da boca.
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