Fraudes nos caixas eletrônicos são mais comuns em feriados prolongados, alerta PC

O uso dos caixas eletrônicos pelos correntistas para operações bancárias nas agências deve ser acompanhado de muita cautela, é o que alerta a Polícia Civil do Estado. De acordo com o delegado titular do Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubos a Bancos, Assaltos e Sequestros), Ivan Barreira, nos últimos dois meses foram registradas de […]

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O uso dos caixas eletrônicos pelos correntistas para operações bancárias nas agências deve ser acompanhado de muita cautela, é o que alerta a Polícia Civil do Estado. De acordo com o delegado titular do Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubos a Bancos, Assaltos e Sequestros), Ivan Barreira, nos últimos dois meses foram registradas de três a quatro ocorrências na Capital de instalações criminosas de equipamentos que gravam as senhas dos correntistas nos terminais bancários.

Segundo o delegado Ivan, os usuários devem ficar atentos aos caixas eletrônicos, conhecer o equipamento e observar se há algo de diferente em relação aos outros terminais. O delegado afirma que a ação criminosa nos postos de autoatendimento é mais comum em dias que antecedem finais de semana e feriados prolongados, por isso é nesta época que a população deve estar mais atenta. “Porque neste período eles podem fazer toda a fraude e o correntista só vai descobrir mais tarde e procurar a agência após os dias de recesso”, alerta.

O titular explica que geralmente as quadrilhas elaboram um suporte de madeira onde é instalado um mp4 que registra imagens, acompanhado de uma bateria para que o equipamento funcione por mais tempo. Desta forma são registrados todos os números digitados pelos usuários no caixa eletrônico. “Com as senhas gravadas, as quadrilhas elaboram cartões clonados para aplicarem golpes”, esclarece o delegado.

De acordo com o perito criminal Domingos Sávio Ribas, que analisou um dos equipamentos apreendidos pela polícia, a fraude é elaborada de forma que o equipamento fique camuflado no terminal eletrônico. “Tem algumas formas de elaborar esta fraude, inclusive com a base de madeira. Um dos equipamentos analisados foi colocado em uma estrutura de metal da mesma cor do caixa eletrônico e implantado com fitas de dupla face acima do monitor”, explica o perito criminal.

“Dentro da estrutura são colocadas duas câmeras fotográficas: uma apontando para o teclado onde são digitadas as senhas e a outra voltada para o cartão que é inserido na máquina. Junto das câmeras são instaladas baterias sobressalentes para que as gravações durem de duas a três horas”, descreve o perito.

“Este equipamento é diferente do chamado ‘chupa-cabra’ que é colocado no lugar onde se insere o cartão bancário e clona todas as informações da conta corrente”, esclarece Sávio, lembrando que casos com a utilização deste dispositivo já foram utilizadas também em Mato Grosso do Sul.

Cuidados

O delegado titular do Garras, Ivan Barreira, recomenda que os correntistas tenham cuidado redobrado com suas senhas. “Tem que proteger a senha sempre. Nunca é recomendável pedir ou aceitar o auxílio de outras pessoas no caixa eletrônico. A ajuda deve ser solicitada dentro das agências”, adverte Barreira. Segundo o delegado, o cuidado maior deve ser tomado por usuários de bancos que disponibilizam apenas a opção de senha numérica no teclado fixo. Para ele, em casos onde a senha também é com letras e na tela do caixa fica mais difícil ser pego neste tipo de golpe porque a disposição dos itens a serem digitados é alternada.

Ivan explica que ações criminosas em bancos sempre são ações de quadrilhas. Ele diz que quando implantam um equipamento em um dos caixas eletrônicos da agência, geralmente outros membros da quadrilha utilizam os terminais em que não há o dispositivo fraudulento, para induzir o usuário a fazer a operação bancária no caixa equipado pelas câmeras. Ainda conforme o delgado, essas ações dentro das agências apresentam a participação de mulheres que, segundo ele, são vistas com menos desconfiança pela população.

Barreira conta ainda que os casos verificados na Capital são ações de quadrilhas de fora. “Eles vêm, ficam hospedados em hotéis, fazem a fraude e depois se vão”, diz.

As agências onde os caixas eletrônicos foram fraudados na Capital, segundo o delegado, são locais de grande demanda de usuários. Conforme Ivan, o Garras está em operações periódicas de visitas às agências bancárias para verificar possíveis fraudes nos terminais. Barreira lembra ainda que os correntistas que forem lesados sempre devem procurar a polícia para fazer o boletim de ocorrência.

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