Fazendeiros dispostos em vender áreas aos índios preparam lista para entregar a Lula

Propriedades a ser negociadas medem quase 60 mil hectares; Acrissul e bancada federal atuam como intermediários

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Propriedades a ser negociadas medem quase 60 mil hectares; Acrissul e bancada federal atuam como intermediários

Uma lista de propriedades rurais cujos donos estão dispostos a vendê-las para a União com o objetivo de assentar população indígenas de Mato Grosso do Sul será entregue ao presidente da república, Luís Inácio Lula da Silva. A lista com as propriedades que somam 57.725 hectares foram entregues pelo presidente da Acrissul (Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul), Francisco Maia, aos deputados federais Dagoberto Nogueira (PDT) e Vander Loubet (PT).

O levantamento foi um pedido do presidente à Acrissul. Segundo o deputado Vander Loubet, Lula disse que está disposto a comprar cerca de 24 mil hectares através do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) a preço de mercado.

Segundo a produtora Luana Ruiz Silva, que ajudou a entrar em contato com os produtores que tem áreas em disputas, a lista com as fazendas possui propriedades que já estão invadidas ou que são pretendidas pelas populações indígenas. O presidente Lula orientou que a prioridade seja dada para aquelas que já estão invadidas.

Dentre essas propriedades que está na lista está a de Edson França, que há dez anos teve sua propriedade, em Sidrolândia, invadida e que nunca mais voltou desde então. “São 350 hectares onde eu criava gado de corte”, conta. “A fazenda foi invadida no dia 17 de abril de 2000 e nunca mais voltei lá”. Desde à invasão, França vive de pequenos serviços que presta às fazendas da região e de uma aposentadoria que tem.

Quando perguntado se estaria disposto a vender as terras para o Incra, o fazendeiro responde quem sim. “Claro que sim. Se as condições de compra forem iguais as ditas aqui, vendo na hora”.

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