Estudioso de onças alerta turistas no Pantanal
Um dos maiores especialistas no felino diz que muitos estão se aproximando perigosamente para ter visualização do animal
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Um dos maiores especialistas no felino diz que muitos estão se aproximando perigosamente para ter visualização do animal
O ataque de uma onça a um adolescente de 16 anos ocorrida nesta semana, em Cáceres (MT) serve como alerta para a proximidade dos humanos com os animais na região do Pantanal. Esse foi o terceiro ataque de onça a pessoas em dois anos.
O adolescente está internado em estado grave, e foi atacado na quarta-feira (14), quando fazia turismo de pesca no rio Paraguai, junto com um grupo de visitantes de Minas Gerais.
O pesquisador Peter Crawshaw, do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação dos Predadores Naturais (Cenap), do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodoversidde, disse acreditar que esse tipo de ataque é motivado pela proximidade das pessoas em relação às onças.
“Por tudo que se sei sobre o tema e pelo que pude ver no Pantanal, ao que tudo indica esse último ataque aconteceu porque os turistas ficaram muito próximos da onça. Invadiram o habitat dela”, afirmou o pesquisador.
Crawshaw, estudioso do felino há 33 anos, descartou as hipóteses de superpopulação de onças ou escassez de comida como motivos para o ataque. “Não há nenhum tipo de desequilíbrio no Pantanal. O único desequilíbrio é no comportamento humano, quando insiste em ficar perto demais dos animais apenas para agradar aos turistas”, declarou.
“Há animais que toleram a presença humana, mas há alguns são mais agressivos. Esses partem para o ataque, como aconteceu essa semana”. Para Crawshaw, não dá para saber se o animal é mais tolerante com a presença humana ou mais agressivo, por isso é preciso manter distância.
A prática de atrair animais para agradar aos turistas não é incomum no Pantanal. Nos passeios pelos rios da maior planície alagada do mundo, como é garantido ao visitante o contato visual com ariranhas e onças, típicos da região, há um esforço extra para que esses animais se aproximem dos turistas. O artifício usado é oferecer comida, como deixar peixes no barranco dos rios para que os felinos venham se alimentar perto da margem.
Mas a prática de oferecer comida para atrair as onças não é recomendável. A ceva dos animais pode alterar seu comportamento natural, que é de caçar para conseguir se alimentar. Isso pode propiciar os ataques.
“Se considerarmos a proximidade das pessoas com os animais, três ataques em dois anos não é um número alto. Na verdade, poderia até ser bem mais, porque a quantidade de visitantes que o Pantanal recebe é imensa”, afirma Crawshaw.
Para ele, tanto o turista quanto os donos das pousadas devem se conscientizar de que a proximidade com onças e outros animais não é bom para a natureza e traz riscos ao homem. “Nós é que devemos ser sensatos e ter bons hábitos, não os animais”, finalizou o pesquisador.
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