Estudante de Direito posta xingamentos a nordestinos no Twitter

O pai da estudante de Direito Mayara Petruso, que teria postado mensagens contra nordestinos no Twitter e que pode ser alvo de investigação do Ministério Público Federal, defende que, se a filha cometeu o crime, ela deve ser punida. Ele também se disse contrário ao teor das postagens. “Ela nem imagina o quanto o Nordeste […]

Ouvir Notícia Pausar Notícia
Compartilhar

O pai da estudante de Direito Mayara Petruso, que teria postado mensagens contra nordestinos no Twitter e que pode ser alvo de investigação do Ministério Público Federal, defende que, se a filha cometeu o crime, ela deve ser punida. Ele também se disse contrário ao teor das postagens. “Ela nem imagina o quanto o Nordeste é lindo e o quanto os nordestinos são boa gente”, disse ele.

Na casa da mãe de Mayara, a avó Magda Penteado informou que a jovem está em São Paulo, incomunicável. “Ela está muito abalada e não vai falar com ninguém. Se ela fez algo errado, cabe à Justiça decidir a punição”, disse. A mãe de Mayara, Luciana, foi a São Paulo ficar com a filha, segundo a avó.

Antonino Petruso contou que, apesar de pai, não é próximo de Mayara. A jovem de 21 anos é fruto de um relacionamento extraconjugal de Petruso. Ele tem ainda três outras filhas, que segundo ele, estão sendo perseguidas sem nem conhecerem a irmã.

“Minhas outras filhas estão sendo atacadas. Minha caçula, que também faz Direito, foi ridicularizada em sala de aula”, contou Petruso. “Se a Mayara fez isso, ela precisa ser punida. Mas minhas outras filhas não tem nada a ver com isso”, disse.

O caso começou no domingo passado, após a eleição de Dilma Rousseff à Presidência da República. Irritados com a decisão das urnas, alguns usuários do Twitter começaram a insultar moradores do Nordeste. Entre as mensagens estava a de uma usuária identificada como Mayara Petruso.

Ao longo da semana, o Ministério Público Federal recebeu documentos da Ordem dos Advogados do Brasil de Pernambuco e da procuradora regional de São Paulo Janice Ascari pedindo a investigação do caso. O MPF prepara um laudo que deve ficar pronto na próxima semana. A Polícia Civil também abriu inquérito sobre as mensagens. Se ficar comprovado o crime, Mayara pode responder por racismo e incitação ao homicídio.
Antonino Petruso contou que a família tem sido alvo de críticas. “É preciso separar as coisas. Se ela pensa isso, é um pensamento dela, individual. O resto da família Petruso discorda totalmente dessa mensagem”, disse ele.

Vítima de um sequestro onde acabou levando um tiro nas costas, Petruso tem medo da violência e evita sair em fotos. Ele é dono de dois mercados. “Não é nada grande. Somos de classe média, gente simples.”

O pai acredita que Mayara “não sabia o que estava dizendo”. “Realmente não acredito que seja o que ela pensa. Mayara é uma jovem carinhosa com as pessoas. Ela é tranquila, até um pouco tímida. Não é uma menina arruaceira”, afirma.

Para o empresário, ela falou “uma bobagem no calor do momento”. Eleitor de Dilma, ele acredita que Mayara “nem entende nada de política.”

“Às vezes, as pessoas se transformam quando estão atrás de um monitor. É por isso que esse caso precisa ser punido, para que sirva de exemplo para outras pessoas que pensam a mesma coisa. É triste que tenha que ser a minha filha, mas é a lei”, disse.

Ele também afirmou que vai ajudar a pagar um advogado para Mayara se for preciso. “Não para que ela seja inocentada, caso seja culpada. Mas porque ela tem direito à defesa e é minha filha.”

Conteúdos relacionados