Estresse pode multiplicar problemas de mineiros, diz médico
O estresse causado pelo longo período de soterramento pode multiplicar os problemas de saúde dos 33 mineiros presos na mina San José “por dois ou por três”. A afirmação é do chefe do departamento de dermatologia do Hospital Regional Copiapó, Juan Mellibovsky, 59 anos, que faz parte de uma equipe de quatro médicos aos quais […]
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O estresse causado pelo longo período de soterramento pode multiplicar os problemas de saúde dos 33 mineiros presos na mina San José “por dois ou por três”. A afirmação é do chefe do departamento de dermatologia do Hospital Regional Copiapó, Juan Mellibovsky, 59 anos, que faz parte de uma equipe de quatro médicos aos quais se juntarão outros seis profissionais enviados pela Associação Chilena de Segurança (ACHS) para atender aos chilenos.
Nascido no Chile, Mellibovsky imigrou para Israel, onde viveu durante 25 anos. Ele fez a especialização em dermatologia no hospital Beilinson, um dos maiores do país. O hospital fica em Petach Tikva, cidade localizada 11 km a leste de Tel Aviv. De volta ao Chile há nove anos, o médico assumiu a função no hospital em Copiapó, distante 74 km do local do resgate dos mineiros.
“No início, eles quase morreram (no desmoronamento ocorrido no dia 5 de agosto), depois passaram por um longo período de espera em condições inadequadas e agora estão enfrentando uma ansiedade enorme para finalmente sair”, disse Mellibovsky por telefone ao Terra. “O estresse reduz a imunidade”, explica. Os mineiros serão transportados ao hospital em helicópteros.
Segundo ele, três tipos de problemas dermatológicos são esperados nos mineiros. “Depois de 68 dias soterrados com temperatura média de 30°C e umidade relativa de 90%, eles poderão ter inflamações nas glândulas sudoríparas, fungos nas unhas, nos pés e nas axilas e problemas microbianos”, disse. Outros médicos acreditam que eles poderão ter problemas oculares, por conta do choque entre a diferença de luminosidade entre o local em que estão soterrados e a superfície.
De acordo com o médico, os mineiros resgatados serão levados, depois de passar por uma triagem, ao hospital em Copiapó, onde deverão ficar sob observação por 48 horas. “Vamos dar os primeiros tratamentos e manteremos os mineiros em observação”, diz. Segundo ele, a lei exige que os 33 mineiros passem esse período no hospital.
“Caso se recusem, eles não receberão as garantias que a lei prevê por acidente de trabalho, trata-se de uma exigência do governo”. Mellibovsky diz ainda acreditar que alguns dos mineiros precisarão ficar por mais tempo no hospital.
A ACHS é uma organização privada que dá cobertura em casos de acidentes de trabalho e desenvolve programas de prevenção de riscos no Chile. De acordo com o site da ACHS, “médicos, psicólogos, paramédicos, jornalistas, encarregados de manutenção e outros funcionários da entidade estão trabalhando no local do resgate junto ao governo, ao exército e às Forças Aéreas”.
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