‘Estou arrependido’, teria dito Bruno após a morte de Eliza Samudio
A Polícia Civil mineira trabalha com fortes indícios de que Eliza Samudio foi morta em um crime premeditado, mas também que o goleiro Bruno Fernandes Souza chegou a se arrepender do suposto assassinato de sua ex-amante. No depoimento que prestou aos delegados Wagner Pinto e Edson Moreira, o primo do jogador, Sérgio Rosa Salles, de […]
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A Polícia Civil mineira trabalha com fortes indícios de que Eliza Samudio foi morta em um crime premeditado, mas também que o goleiro Bruno Fernandes Souza chegou a se arrepender do suposto assassinato de sua ex-amante.
No depoimento que prestou aos delegados Wagner Pinto e Edson Moreira, o primo do jogador, Sérgio Rosa Salles, de 22 anos, contou que chegou a questionar Bruno sobre a real necessidade de a jovem de 25 anos ser morta, no dia 9 de junho, conforme o relato.
“Não era melhor você ter resolvido isso na Justiça?”, questionou. “Já está feito”, teria respondido o goleiro, segundo Sérgio.
De acordo com o descrito na página 11 do depoimento, nesse momento – já de volta ao sítio do jogador em Esmeraldas (MG), após a incursão até a casa do ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, apontado como o autor da execução – Bruno “pareceu ter ficado comovido, até chorou e disse: ”Eu tô arrependido.”” Sérgio conta no depoimento, contudo, que após dormirem, no dia seguinte, “acordaram todos por volta das 10h e o declarante percebeu que as feições de todos estavam bastante normais, não parecia ter acontecido nada na noite anterior.”
O primo de Bruno alega que não participou das agressões e nem acompanhou o grupo até o suposto local da execução. Hoje, durante um contato com seu advogado, Marco Antônio Siqueira, Sérgio disse que não denunciou que Eliza era agredida e estava sendo mantida em cárcere privado no sítio por medo de Luiz Henrique Romão, o Macarrão.
Sérgio e Macarrão tinham uma rixa, segundo o advogado, e disputavam a preferência na amizade com Bruno.
O goleiro, Macarrão e Bola chegaram nesta sexta-feira, 9, algemados e com o uniforme vermelho do sistema prisional mineiro por volta das 11 horas no Departamento de Investigação (DI), em Belo Horizonte.
Eles passaram a noite em celas separadas no presídio de segurança máxima Nelson Hungria, em Contagem (MG). Como na chegada de Bruno e Macarrão, que partiram do Rio, durante a madrugada, o trio foi recebido por populares com gritos de “assassinos”.
Saliva
No DI, Bruno, Macarrão e Bola foram orientados por seus advogados a não ceder o material genético para as investigações e o exame de DNA que poderá identificar o vestígio de sangue masculino encontrado na Range Rover do goleiro.
O delegado Edson Moreira disse que espera que Bruno coopere com a investigação, mas sugeriu que a polícia já tem provas suficientes para indiciá-lo. “Não sei se ele vai cooperar ou não.
Mas também para a investigação, isso é irrelevante”, disse o delegado. “O ônus da prova é nossa”, destacou. “Pela orientação que eu tenho visto a todo momento, não sei se ele irá cooperar. Mas também é irrelevante se ele vai cooperar ou não.”
Um laptop utilizado por Eliza e encaminhado pela Polícia Civil paulista para Minas foi encaminhado para Instituto de Criminalística (IC), que iria analisar as mensagens eletrônicas, imagens e outros conteúdos que pudessem auxiliar na arregimentação de provas.
Peritos do IC iniciariam hoje a perícia no veículo Eco Sport – que estaria em nome do goleiro reserva do Flamengo, Paulo Victor -, utilizado para levar Eliza para o local da execução, segundo depoimentos.
A Polícia Civil trabalha com a possibilidade de atribuição de seis crimes aos suspeitos: homicídio, ocultação de cadáver, tortura, sequestro, formação de quadrilha, cárcere privado, corrupção de menor.
Moreira disse ainda que acredita em duas motivações para o crime: a busca de Eliza pelo reconhecimento da paternidade do filho e a vingança pelo fato de ela ter denunciado Bruno e Macarrão por agressão e ameaça no Rio de Janeiro.
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