Dilma menospreza sabatinas e diz que já debate com jornalistas

A candidata do PT à presidência, Dilma Rousseff, deixou claro nesta sexta-feira, 18, que não faz questão de participar de sabatinas organizadas com outros presidenciáveis. Em entrevista de 10 minutos concedida após o encontro com o presidente de governo da Espanha, José Luis Zapatero, em Madri, a petista menosprezou a importância dos debates com José […]

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A candidata do PT à presidência, Dilma Rousseff, deixou claro nesta sexta-feira, 18, que não faz questão de participar de sabatinas organizadas com outros presidenciáveis.

Em entrevista de 10 minutos concedida após o encontro com o presidente de governo da Espanha, José Luis Zapatero, em Madri, a petista menosprezou a importância dos debates com José Serra e Marina Silva, candidatos do PSDB e do PV, e rebateu as críticas de que esteja fugindo do debate eleitoral em sua viagem de cinco dias à Europa. “Eu tenho feito vários debates com jornalistas”, argumentou.

Dilma fez as declarações no fim de sua passagem pela Espanha, a terceira etapa da turnê pela Europa, após Paris e Bruxelas. Questionada sobre as críticas, feitas ontem por José Serra, de que esteja usando a turnê para fugir aos debates, Dilma argumentou: “Eu (só) não fui na sabatina da Folha”. Em sua resposta a candidata não informou que o PT havia cancelado no Brasil sua participação em outra sabatina, desta vez organizada pela Confederação Nacional da Agricultura (CNA), marcada para 1º de julho.

Para justificar sua ausência, a petista insinuou que sabatinas não são relevantes. “Não me consta que a sabatina da Folha seja um debate, a não ser um debate com jornalistas. Eu tenho feito vários debates com jornalistas, inclusive estou aqui diante de vocês.”

Na realidade, ao longo de sua estada na Europa Dilma vem fugindo da imprensa. Na sexta, sua assessoria informou o voo que a candidata tomaria de Paris para Madri duas horas antes da partida, quando todos os jornalistas já tinham outras passagens nas mãos.

Uma vez no aeroporto de Madri, a comitiva, apoiada pela embaixada do Brasil, saiu por uma porta lateral, longe do alcance da imprensa. A partir de então, seus assessores não atenderam os telefones, não informando o paradeiro do grupo, o hotel em que se hospedaria e se partiria no mesmo dia para Portugal.

Além disso, Dilma usa as entrevistas para fazer discursos de campanha, respondendo a parte das perguntas com os olhos fixos na câmera de João Lourenço Garcia Pena, cinegrafista contratado pelo PT para acompanhar a viagem.

Na Espanha, a candidata pôde incrementar suas imagens de campanha durante o encontro com Zapatero, realizado às 18h no Palácio da Moncloa, a sede do governo espanhol. Foi a sua mais longa reunião do giro pela Europa, com duração de uma hora e 20 minutos. Na pauta, estiveram a crise pela qual o país atravessa e as relações bilaterais.

A visita, entretanto, não despertou grande curiosidade da imprensa local. Nenhum jornalista espanhol esperou a candidata na saída para entrevistá-la. Pela manhã, o jornal El País mencionava Dilma, mas não falando de sua reunião com Zapatero, e sim se referindo ao “suposto escândalo de espionagem política”, que envolve o ex-consultor de comunicação da campanha do PT, Luiz Lanzetta.

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