Cronograma de manutenção de barcos-hotéis é invertido

O nível do rio Paraguai, abaixo da marca de 1 metro em Ladário, está atrasando um pouco a manutenção dos barcos-hotéis de maior porte em Corumbá. É claro que alguns conseguiram, logo nos primeiros dias da proibição de pesca, levar as embarcações para estaleiros. Mas agora, muitos esperam que a altura do rio suba alguns centímetros […]

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O nível do rio Paraguai, abaixo da marca de 1 metro em Ladário, está atrasando um pouco a manutenção dos barcos-hotéis de maior porte em Corumbá. É claro que alguns conseguiram, logo nos primeiros dias da proibição de pesca, levar as embarcações para estaleiros. Mas agora, muitos esperam que a altura do rio suba alguns centímetros para facilitar o serviço.

“Estamos aguardando melhoria no nível do rio, que está um pouco abaixo  do normal. Isso dificulta que alguns barcos subam no estaleiro. Os de pequeno porte anteciparam e os maiores estão esperando o rio subir”, disse a este Diário Joice Carla Santana Marques, presidente da Associação Corumbaense das Empresas Regionais de Turismo (Acert).

Mesmo aguardando a subida do nível do rio, o empresariado não está parado. A maior parte deles aproveitou para inverter o planejamento de manutenção. “Isso não quer dizer que estamos parados, muita coisa está sendo feita dentro das embarcações, estamos trocando chapa; pintura; lixando e fazendo uma reforma. Estamos aguardando subir um pouco o rio para que possamos verificar cascos. Na verdade, a gente inverteu a operação”, contou.

Habitualmente, explicou a presidente da Acert, os trabalhos começam justamente pelos cuidados com o casco do barco. “Estamos cuidando agora por dentro para esperar um pouco de água subir para levar as embarcações aos estaleiros”, complementou Joice.

Segurança

A manutenção é um preceito de segurança. É nesse período de proibição da pesca que os barcos-hotéis passam por uma verdadeira reforma. Durante a manutenção, são trocadas, por exemplo, as hélices; substituídos os motores e geradores; mudam-se lemes e eixos. Também são promovidas adaptações no espaço físico destinado aos passageiros. Ainda são feitas pequenas alterações para atender sugestões dos clientes.

A empresária Raquel do Amaral Ribeiro está entre o grupo que fez a manutenção das duas embarcações nos primeiros dias após o encerramento da temporada. “Anualmente fazemos para garantir a segurança de nossos clientes e possamos navegar com toda a segurança. Trocamos eixos; hélices; revisamos o casco e isso demorou em torno de cinco dias por embarcação”, disse.

Nesta quarta-feira, 24 de novembro, o rio Paraguai atingiu a marca de 98 centímetros na régua do Serviço de Sinalização Náutica do Oeste, em Ladário.

Temporada 2010

Corumbá conta com 21 barcos-hotéis com capacidade total para 400 pessoas. Segundo a Superintendência de Turismo de Corumbá, em 2009, cerca de 60 mil pessoas visitaram o município, sendo que 50% delas somente para pescar. Os números deste ano ainda são apurados.

Durante os oito meses em que a pesca ficou aberta na bacia do rio Paraguai, pescadores profissionais e amadores retiraram 157.309 quilos de peixes, regularmente vistoriados pela Polícia Militar Ambiental (PMA) local. A pesca amadora foi responsável pela maior quantidade:  93.792 quilos de pescado. Por sua vez, a pesca profissional retirou 63.517 quilos dos rios pantaneiros. A PMA corumbaense ainda apreendeu 1.407 quilos de pescado capturados irregularmente.

Houve redução geral de quase 11% no volume de retirada de pescado em comparação com a temporada passada. Em 2009 foram retirados 176.014 quilos de pescado proveniente das pescas amadora e profissional.

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