Corumbá: Livro traz história da escultora símbolo da arte pantaneira

Corumbá e Mato Grosso do Sul ganham nesta sexta-feira, 30 de julho, um registro sobre uma de suas mais expressivas artistas plásticas. O livro “Izulina Xavier – Esculturas no Ar”, de autoria de Maria Eugênia C. Amaral, condensa a história da escultora que nasceu na cidade de Simões, no Piauí, mas ainda jovem, aos 19 […]

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Corumbá e Mato Grosso do Sul ganham nesta sexta-feira, 30 de julho, um registro sobre uma de suas mais expressivas artistas plásticas. O livro “Izulina Xavier – Esculturas no Ar”, de autoria de Maria Eugênia C. Amaral, condensa a história da escultora que nasceu na cidade de Simões, no Piauí, mas ainda jovem, aos 19 anos, encantou-se com as belezas e riquezas do Pantanal de Corumbá, local que prometeu nunca mais deixar, assim que o conheceu em 1944 quando chegou à cidade após se casar com José Xavier.

“Aquela água toda! Não era mar. Não era água salgada, era doce. Água pra beber! É aqui que eu quero ficar. Nunca mais eu vou embora daqui!”, lembra a senhora que hoje, com 85 anos, deixou sua marca na arte pantaneira.

Com um olhar sensível às coisas que nos cercam, Izu, como é chamada carinhosamente pelos amigos, antes de se dedicar à arte da escultura,  se enveredou por outras formas da arte. Ela escreveu peças de teatro, poemas e romances, além de pintar telas e esculpir em madeira.

Mas, foi devido a vicissitudes da vida, que acabou descobrindo o talento que a revelaria como artista plástica. Foi por causa de uma promessa dirigida a São Francisco, que Izulina se arriscou numa atividade que até nunca tinha tido contato: esculpir em concreto. A enorme peça foi moldada em frente de sua casa durante vários meses. Autocrítica, ela não havia gostado tanto do resultado, mas quem passava todo dia por frente de sua casa e pôde acompanhar passo-a-passo a montagem da estátua, encantou-se.

“Tinha um dentista que sempre passava aqui por frente e, quando ele percebeu que tinha acabado, chamou todos os moradores próximos para ver a estátua. Eu me assustei com tanta gente na porta de casa e pensei que tivesse ocorrido algo errado com algum familiar mas, na verdade, todos vieram me cumprimentar pelo trabalho. Esse foi meu batismo como escultora”, lembra Izulina Xavier, que desde então passou a se dedicar a atividade.

Cidadã corumbaense e sul-mato-grossense, Izulina hoje faz parte do cotidiano da cidade como um patrimônio vivo. O livro mostra como sua casa foi transformada no “Art Izu”, ateliê que está incluído no roteiro turístico local, com sua calçada colorida, construída com placas de cimento moldadas e ajustadas artesanalmente, repleta de frases assinadas e marcas de pés e mãos. É a “Calçada da Fama” de Izulina. O livro “Izulina Xavier – Esculturas no Ar” é o décimo quarto volume da série “Eu Sou História”, do Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso do Sul. Segundo H. Campestrini, a publicação “desvenda-nos a nobreza de sentimentos, o incansável fazer e o constante superar-se de Izulina, essencialmente artista e ímpar figura humana”.

O lançamento está marcado para às 17 horas, no Centro de Convenções do Pantanal, com a presença da escritora e da escultura homenageada.

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