Concorrendo com Disney e Pixar, animação com brasileiros é azarão no Oscar
Um dos indicados mais misteriosos do Oscar é o longa de animação irlandês “O Segredo de Kells”, feito com 6 milhões de euros, quantia bastante tímida se comparada às produções concorrentes, que vão de US$ 40 milhões a US$ 175 milhões. “Kells”, do diretor Tomm Moore, estreia nos EUA neste mês (no Brasil, foi exibido […]
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Um dos indicados mais misteriosos do Oscar é o longa de animação irlandês “O Segredo de Kells”, feito com 6 milhões de euros, quantia bastante tímida se comparada às produções concorrentes, que vão de US$ 40 milhões a US$ 175 milhões.
“Kells”, do diretor Tomm Moore, estreia nos EUA neste mês (no Brasil, foi exibido no Festival de Cinema Infantil). É o filme que “quase ninguém viu”, “o mistério” do Oscar, segundo o respeitado crítico americano Roger Ebert.
A animação, feita de forma tradicional, conta a história de um pequeno monge celta que mora no mosteiro de Kells, cercado por muralhas contra os vikings. Curioso, o garoto faz incursões pela floresta encantada, conhece uma criatura mágica e ajuda a fazer um lendário livro de ensinamentos.
A concepção dos personagens foi realizada na Irlanda, e os movimentos e pinturas, em outros países. França e Bélgica ficaram com as pinturas, enquanto Brasil e Hungria, com os movimentos.
“Temos trabalho espalhado pelo filme todo; a primeira sequência e a última são nossas”, diz Marcelo de Moura, que dirige a LightStar Studios, em Santos, e a escola Art Academia, em São Paulo, dos quais 50 profissionais participaram de “O Segredo de Kells”.
Ele contou que toda a parte visual do filme foi inspirada nas páginas do próprio livro de Kells, que está em exposição na Irlanda. “O livro é todo ilustrado à mão, eu já vi pessoalmente, eles viram uma página desse livro por dia”, conta Marcelo, que morou quatro anos na Irlanda e é casado com uma irlandesa, Jean Cullen de Moura, diretora artística do projeto no Brasil.
O filme concorre com Disney (“A Princesa e o Sapo”) e Pixar (“Up – Altas Aventuras”), além do diretor Wes Anderson (“O Fantástico Mr. Fox”) e do 3D “Coraline”. “Isso tudo mostra que, mesmo com pouco orçamento, você tem chance de ir para o Oscar”, diz Marcelo. “É um filme artístico, independente, não teve lobby das grandes distribuidoras […] Acho um pouco difícil de ganhar, está muito disputado.”
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