Com vaias e aplausos, candidatos debatem e poupam artilharia. Confronto aguardado não aconteceu
Puccinelli, Zeca do PT e Nei Braga participaram nesta terça-feira do primeiro debate eleitoral; no evento, promovido pelos professores estaduais, os concorrentes foram aplaudidos em algumas vezes e vaiados noutras
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Puccinelli, Zeca do PT e Nei Braga participaram nesta terça-feira do primeiro debate eleitoral; no evento, promovido pelos professores estaduais, os concorrentes foram aplaudidos em algumas vezes e vaiados noutras
O debate entre os três candidatos ao governo de Mato Grosso do Sul, realizado nesta terça-feira pela Fetems (Federação dos Trabalhadores na Educação), primeiro nesta eleição, foi marcado por ensaios de ataques diretos entre os dois principais candidatos, André Puccinelli e Zeca do PT. Com algumas alfinetadas, vaias e palmas para os três, o confronto acabou não acontecendo na escala esperada.
“Foi positivo porque, com a transmissão pela internet, não só os professores acompanharam. Tivemos representantes de 60 municípios aqui ouvindo todos os candidatos”, comemorou Jaime Teixeira, presidente da Fetems, que mediou o debate. Inexperiente, o professor saiu do roteiro várias vezes mas conduziu sem grandes sobressaltos.
Com relação às reivindicações dos profissionais da educação, Jaime analisa que apesar de algumas respostas evasivas, o saldo foi positivo. “Tiramos dos dois principais candidatos compromissos com o Piso Nacional por jornada de 20 horas e com a escola como projeto de estado, e não de cada governo”, disse.
Ele disse que foi um grande avanço o posicionamento de cada um dos candidatos. “O Zeca ssumiu o compromisso de rasgar a ADIN contra o Piso Nacional, o André não. Mas os dois disseram que acatarão o piso se forem eleitos”, contou.
Platéia manifestando
O Debate teve vários momentos de maior manifestação por parte do público. Um deles: André Puccinelli, do PMDB, candidato à reeleição, tratou de modo superficial o recurso ingressado no STF (Supremo Tribunal Federal) por seu governo que encurta o horário de planejamento dos professores.
Pela regra nacional, o professor destinaria 33% de seu expediente às atividades extraclasses, como conversar com pais de alunos, ao preparo de aulas, para redigir provas, entre outras tarefas. A questão judicial corre desde o ano passado no STF e não há um dia certo para o desfecho.
Ao comentar a causa, Puccinelli disse que o professor sul-mato-grossense era dono do terceiro melhor salário do País. Os presentes no auditório da Fetems, quase todos ligados à Educação, o vaiaram.
Zeca do PT, que prometeu “rasgar o recurso no STF” em caso de eleição, recebeu aplausos, mas também levou vaia dos partidários de Puccinelli quando questionado se os professores teriam de enfrentar de novo filas nos bancos para garantir o salário por meio de empréstimos.
Zeca e Puccinelli, embora comedidos, chegaram a ensaiar para se estranharem em algumas vezes. Numa delas quanto à execução do programa “Além das Palavras”, método de ensino diferenciado criado como meio de melhorar a qualidade da educação pública.
Puccinelli perguntou a Zeca o que ele achava do projeto que envolve hoje cerca de 240 escolas estaduais. Zeca disse que desconhecia tal programa e foi criticado pelo governador, que acabou interrompido por vaias. O petista respondeu que não sabia de tudo, mas que caso fosse eleito, certamente teria um secretário sabendo. “A sua secretária não deve saber, porque o atual governador quer controlar tudo, centraliza tudo”, alfinetou.
Nei Braga, candidato do PSOL, pregou do começo ao fim do debate o combate à corrupção, mais aplicação de recursos no setor educacional e na segurança. Com discurso genérico, acabou mais aplaudido do que vaiado.
Puccinelli bateu boca com o presidente do CDDH (Centro de Defesa dos Direitos Humanos) Marçal de Souza, Paulo Ângelo, que perguntou o que o governador entendia de direitos humanos. Antes, contudo, o ativista comentou que Puccinelli impunha um governo autoritário. A resposta: “você é um mentiroso”, disse o governador.
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