A queda brusca nas temperaturas deste inverno castigou os animais do Estado. Mais de mil cabeças de gado morreram em fazendas de Mato Grosso do Sul. A principal hipótese é que tenham sofrido hipotermia.

Segundo o Ibama, no litoral do Estado de São Paulo, cerca de 530 pinguins também foram encontrados mortos, entre sexta (16) e domingo (18). A situação não é diferente para os que vivem no Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (Cras), em Campo Grande, onde a temperatura chegou a despencar 18 graus em apenas um dia na última semana.

Mas os responsáveis pelo Centro, que funciona há 22 anos, já estavam preparados para tomar as providências quando o frio aparecesse. Lonas foram colocadas para barrar o vento que corta os viveiros onde ficam os animais. Para os filhotes, um local fechado com aquecedor. “Como as mães não estão para esquentá-los, precisamos utilizar um aquecedor elétrico. Os filhotes são os que mais sofrem com o frio”, explica a bióloga Nara Pontes.

No local aquecido estão um macaco bugio, um veado, dois filhotes de pomba e dois tamanduás-bandeira. A mãe destes últimos provavelmente morreu atropelada. Encontrados sozinhos na natureza, são levados para o Cras, onde recebem tratamento e são alimentados. Segundo a bióloga, a dieta é reforçada neste período. “Em função do frio, os animais recebem uma alimentação um pouco mais calórica”.

Durante a visita, um macaco-sauá brinca em uma gaiola. Quando nos aproximamos, ele corre para dentro de uma caixa de madeira que está com um pouco de serragem, que o ajuda a se aquecer durante a noite.

Como hoje (20) o dia estava mais quente, as lonas foram retiradas para que papagaios e araras pudessem aproveitar o calor do sol. “O Cras está próximo da nascente do rio Prosa e em meio à mata fechada. Isso faz com que a sensação de frio seja ainda maior”, relata Pontes.

Nos últimos dias o Cras registrou a morte de uma maritaca e de um tamanduá adulto, que estava se recuperando de uma cirurgia e devido à imunidade fragilizada não resistiu às baixas temperaturas.