Cartunista Glauco e seu filho serão enterrados neste sábado em SP

O cartunista Glauco e seu Filho Raoni serão enterrados na manhã deste sábado no cemitério Gethsêmani Anhanguera, em São Paulo. O corpo está sendo velado desde ontem (12) na igreja Céu de Maria, da qual ele foi fundador e que seguia o Santo Daime. Um cortejo deve deixar o local por volta das 9h. Glauco […]

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O cartunista Glauco e seu Filho Raoni serão enterrados na manhã deste sábado no cemitério Gethsêmani Anhanguera, em São Paulo. O corpo está sendo velado desde ontem (12) na igreja Céu de Maria, da qual ele foi fundador e que seguia o Santo Daime. Um cortejo deve deixar o local por volta das 9h.

Glauco e seu filho Raoni, 25, foram assassinado a tiros na casa da família, em Osasco (na Grande São Paulo). A casa fica ao lado da igreja Céu de Maria.

O principal suspeito, Carlos Eduardo Sundfeld Nunes, 24, era conhecido da família e ainda não foi localizado. O delegado confirmou que o suspeito estava acompanhado de mais um homem, que dirigiu um Gol cinza usado na fuga, e não três, como foi informado inicialmente.

O suspeito, que já tem passagem na polícia por porte de entorpecentes, aparentava estar sob efeito de drogas durante o crime, disseram testemunhas.

Crime

Uma enteada de Glauco, que presenciou o crime, detalhou à polícia como o cartunista morreu. Além dela, o concunhado Douglas Pinheiro e outro vizinho que chegou à casa após o crime contaram o que viram.

Reprodução
 
Carlos Eduardo Sundfeld Nunes, 24, apontado como autor dos tiros contra Glauco; testemunhas dizem que ele “delirava” quando atirou 

Segundo as testemunhas, o suspeito chegou ao local e rendeu a enteada de 30 anos, que mora em uma casa no mesmo terreno. Glauco e a mulher Bia ouviram gritos, foram ao quintal, e começaram a conversar com Nunes.

Ele era conhecido da família por já ter frequentado a igreja Céu de Maria, que segue os princípios do Santo Daime e foi fundada por Glauco.

Segundo o relato das testemunhas, Cadu, como era conhecido o estudante, delirava e queria levar todos para a casa de sua mãe, em São Paulo, com o objetivo de afirmarem à mulher que ele era Jesus Cristo. Ele estava armado com uma pistola automática e uma faca.

Glauco tentou negociar com Nunes para ir sozinho, e chegou a ser agredido. De acordo com o delegado Archimedes Veras Júnior, responsável pela investigação, Glauco não reagiu.

No meio da discussão, porém, Raoni chegou ao local de carro. Em seguida, Cadu atirou contra pai e filho, mas os motivos ainda não foram esclarecidos. Os dois chegaram a ser atendidos no hospital, mas não resistiram e morreram.

“Ele [Raoni] não teve nem a chance de partir pra cima. Quando o Raoni chegou, o Cadu já estava atirando [em Glauco]”, disse Veras Júnior.

O suspeito fugiu em um Gol cinza dirigido por outro homem, ainda não identificado pela polícia, e ainda é procurado. Cadu deve ser indiciados por duplo homicídio doloso (com intenção), e o outro deverá responder por envolvimento no crime.

O pai e o avô de Nunes prestaram depoimento à polícia e disseram que o jovem usava drogas e tinha problemas psicológicos, mas não era agressivo. À polícia, disseram que Glauco era homem bom e dava conselhos ao jovem.

Carreira

Nascido em Jandaia do Sul, interior do Paraná, Glauco começou a publicar suas tirinhas no “Diário da Manhã”, de Ribeirão Preto, no começo dos anos 70.

Raphael Falavigna/Folha Imagem
 
O cartunista Glauco em foto de 2002

Relembre os personagens criados pelo cartunista Glauco

Em 1976, foi premiado no Salão de Humor de Piracicaba e, no ano seguinte, começou a publicar seus trabalhos na Folha de maneira esporádica. A partir de 1984, Glauco passou a publicar suas tiras regularmente no jornal.

Entre seus personagens estão Geraldão, Cacique Jaraguá, Nojinsk, Dona Marta, Zé do Apocalipse, Doy Jorge, Ficadinha, Netão e Edmar Bregman, entre outros.

Em 2006, ele lançou o livro “Política Zero”, reunião de 64 charges políticas sobre o Governo Lula publicadas na página 2 da Folha.

Glauco também era líder da igreja Céu de Maria, ligada ao Santo Daime e que usa a bebida feita de cipó para fins religiosos.

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