Candidatos correm para não perder primeiro dia de provas do Enem em Campo Grande

Exame atraiu 100 mil candidatos em Mato Grosso do Sul. Neste sábado, candidatos fizeram provas de ciências da natureza e ciências humanas. No domingo (7), é a vez de matemática, linguagens e redação.

A busca por uma vaga na universidade pode ser comparada a uma corrida. Foi o que se viu nos locais de prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) quando faltavam poucos minutos para o fechamento dos portões, ao meio-dia deste sábado (6). Dezenas de candidatos “atrasadinhos” tiveram de correr para não perder o exame.

Outros, porém, não tiveram a mesma sorte. Seu Moacir, que queria voltar a estudar Engenharia, esqueceu a pasta com os documentos em casa e voltou para buscá-la, no bairro Monte Castelo. Chegou à Uniderp e encontrou a portaria fechada. “Agora fica para o ano que vem”, lamenta.

A candidata Erotildes Barbosa até chegou no prazo, mas errou o endereço. “Eu estava no serviço e confiei no meu marido, que disse que era aqui”, explicou. Ao conferir a carta com as informações sobre a prova, Erotildes notou que deveria estar na avenida Gury Marques. Àquela altura, restando poucos minutos para o meio-dia, não havia mais como chegar ao local certo a tempo.

O primeiro dia de provas do Enem atraiu cerca de 100 mil candidatos em Mato Grosso do Sul, segundo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Teve até quem aproveitou a grande movimentação de pessoas para fazer um dinheiro extra. Alunos do curso de Medicina da Universidade Federal (UFMS) vendiam na entrada canetas pretas e kits com água mineral e bombom. “Comprou, passou” era o mote para atrair os alunos.

O acadêmico João Marcelo, que foi aprovado para Medicina em 2009, conta que passou por duas fases de seleção: a prova do Enem e outra, específica. Ele reconhece que o novo modelo facilitou o ingresso às universidades brasileiras. “Ainda precisa aperfeiçoar, mas não vale voltar atrás com o antigo vestibular”, defendeu.

As notas do Enem podem ser usadas no Sisu (Sistema de Seleção Unificada) por vagas em universidades públicas e particulares de todo país. O Enem também é pré-requisito para obtenção de bolsas de estudos do Programa Universidade para Todos (ProUni) e para adquirir o certificados de conclusão do ensino médio de jovens e adultos.

No primeiro dia, os candidatos fizram provas de ciências da natureza e ciências humanas. No dia 7, é a vez de matemática, linguagens e redação.

Lápis, não

Este ano, a principal novidade foi o maior rigor com a segurança. Lápis e relógio estão proibidos de entrar nas salas de exame. Caneta esferográfica, somente na cor preta. Também ficaram de fora borracha, apontador, lapiseira, grafite, livros, manuais, impressos, anotações, calculadoras e agendas eletrônicas, celulares, pagers, bip, walkman, gravador, mp3 ou similares.

Estudantes ouvidos pelo Midiamax discordaram do veto ao lápis na hora da prova. “Um absurdo. É um objeto tão simples, não pode oferecer tanto risco assim”, disse Pedro Terra, referindo-se à tentativa de cola por parte dos candidatos.

“Isso só aumenta o nervosismo do aluno que não pode rasurar no caderno de prova. As regras ficaram bem mais rígidas, mas algumas não têm nexo”, argumentou Dionísio Neto.

Gabarito

O gabarito oficial só será divulgado em 9 de novembro, dois dias após a aplicação da última prova do exame. A medida, segundo a assessoria  de imprensa do Inep, já era prevista no edital do exame, divulgado no início deste ano.