Cameron apela a Lula contra construção de Belomonte

O cineasta James Cameron, estrela do Fórum Internacional de Sustentabilidade, fez um apelo ao presidente Luis Inácio Lula da Silva em relação à construção da hidrelétrica de Belomonte. “A barragem vai destruir a vida das populações ribeirinhas. Eles são povos ameaçados como os Navi, mas não tem aquelas criaturas aladas para ajudar na luta”, disse. […]

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O cineasta James Cameron, estrela do Fórum Internacional de Sustentabilidade, fez um apelo ao presidente Luis Inácio Lula da Silva em relação à construção da hidrelétrica de Belomonte. “A barragem vai destruir a vida das populações ribeirinhas. Eles são povos ameaçados como os Navi, mas não tem aquelas criaturas aladas para ajudar na luta”, disse. Cameron, que fez um sobrevoo pela floresta nos arredores de Manaus até o complexo de Anavilhanas, disse estar maravilhado com a região, mas descartou qualquer possibilidade de filmar fora de estúdios. “Talvez pense numa possibilidade de usar imagens da floresta em um documentário ou filme, mas não em fazer cenas dentro da mata”.

Em seu discurso no Fórum, Cameron mostrou defesa engajada à proteção do meio-ambiente e disse que quer ver seu filme mais recente como um ícone de defesa às florestas. “Avatar não é uma condenação à humanidade, mas um convite à ação”.

Em sua visão, as mortes no Haiti não foram nada frente ao que vai acontecer com a humanidade com as mudanças climáticas nos próximos anos. “Só com os dois graus a mais na temperatura que o IPCC apontou para este século há pelo menos 42 espécies de plantas na Amazônia que não iriam sobreviver, além de comunidades ribeirinhas que devem desaparecer com o volume de água dos rios aumentado pelo degelo”, destacou. “Estamos apenas em dúvida quanto ao quando, não ao se”.
Pontuando sua fala com diversos elogios à gestão do governador Eduardo Braga (PMDB), “que administra o Estado brasileiro com a floresta mais preservada”, Cameron sugeriu que o mundo precisaria de seus “clones”.

Não conheço nenhum outro lugar como o Brasil, onde o governo e as indústrias tenham essa preocupação ambiental, que é ainda maior no Amazonas”. Mas, para o cineasta, são os países industrializados que deveriam se mobilizar para financiar a floresta em pé.

Segundo o cineasta, Avatar é seu filme mais pessoal. “Não fiz o filme para ganhar dinheiro, mas por algum motivo se tornou o filme mais visto da história. E acho que o sucesso significa que as pessoas estão despertando para este perigo”. Cameron fez analogias com a simbologia de seus filmes Avatar e Titanic. “Será que não estamos entre aqueles noventa segundos em que o marinheiro avista o iceberg e o desastre? E esse desastre vai atingir a todos porque precisamos ter claro que quando Titanic afundou, a primeira e a quarta classe foram para o fundo”.

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