Causa envolveria R$ 41 milhões; para retardar a condenação, agência do banco do Brasil da avenida Afonso Pena fechou na sexta

Nova mexida no processo envolvendo um cessionário de crédito que briga judicialmente contra o Banco do Brasil, em Campo Grande, deve mobilizar nessa semana o TJ-MS (Tribunal de Justiça) de Mato Grosso do Sul, corte que suspendeu uma decisão que mandava o banco a depositar entre quinta-feira e sexta-feira, em dinheiro, algo em torno de R$ 41 milhões, por ter perdido a causa.

Por conta da aplicação da sentença, a agência do BB, da avenida Afonso Pena, a da questão milionária, fechou as portas na sexta-feira. A assessoria de imprensa da instituição informou que a medida seria um meio de garantir a segurança no local.

Antes, contudo, um cartaz fixado na porta central do banco informava que a agência tinha trancado por “problemas técnicos”. Hoje o movimento flui normalmente na agência. A assessoria informou ainda que não comentaria detalhes da briga judicial.

A causa corre em segredo de justiça e o favorecido seria membro da família do ex-governador de MS, Harry Amorim Costa, morto num acidente de carro, em 1988.

O advogado do cessionário, Onofre Carneiro Pinheiro Filho, não quis confirmar nomes nem o real valor da causa por tratar-se, segundo ele, de uma demanda sigilosa. “Parece que vocês [a imprensa, no caso] estão bem informados”, despistou quando questionado se a soma era mesmo de R$ 41 milhões.

Pinheiro Filho explicou que a questão é tratada na Justiça desde 2005, mas que seu cliente, o cessionário, ingressou na causa há pouco tempo. Já o autor principal da causa havia conquistado vitórias judiciais, mas o banco, segundo ele, “insiste em não cumpri-las”.

Ele disse ainda que o fechamento da agência, na sexta-feira, teria sido um meio de o banco provocar um “clamor” e, com isso, retardar o depósito da causa.

A dinheirama em questão, disse o advogado, não iria direito para a conta do cliente, mas sim depositada numa conta judicial. Daí, afirmou Pinheiro Filho, é que o BB deveria brigar contra a sentença que dá ganho de causa ao cessionário. “O dinheiro ficaria na conta administrada pelo Poder Judiciário até que o mérito da questão fosse julgado”, disse o defensor.

O advogado explicou também o termo cessionário de crédito: é que o cliente dele tem um recurso para receber do autor principal da ação contra o banco, cujo nome também foi preservado pelo defensor.

Pelo apurado pelo Midiamax, a disputa milionária envolvia o banco Nossa Caixa, instituição comprada pelo banco do Brasil na segunda metade de 2008. Valor dessa operação divulgada à época: R$ 5,3 bilhões.

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