A FFMS (Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul) protocolou na quarta-feira (14), no TJD (Tribunal de Justiça Desportiva), pedido de instauração de inquérito para apurar o crime de injúria racial sofrido pelo árbitro Rosalino Francisco Sanca no Estádio Laertão em 3 de março.

O caso aconteceu durante a partida entre Costa Rica e Operário, válido pela nona rodada da primeira fase do Campeonato Estadual. Sanca atuava na partida como quarto árbitro quando, enquanto tirava uma pessoa do local onde não poderia estar, alguém da comissão técnica do Costa Rica teria dito “esse neguinho gosta de confusão”.

De acordo com testemunhas, os ataques teriam partido do médico do clube do interior. Inclusive, o profissional foi afastado da equipe enquanto o caso é investigado pela Polícia Civil.

Na solicitação feita ao TJD, a Federação pede que se apure o caso e se puna os infratores dentro do que determina o CBJD (Código Brasileiro de Justiça Desportiva) “para que assim, no futebol, acabe definitivamente com qualquer tipo de preconceito em suas modalidades”.

Segundo episódio de racismo

Esse é o segundo caso de racismo em partidas de futebol ocorrido em menos de uma semana no Estado. O primeiro foi registrado em 29 de fevereiro, durante partida entre Náutico e Portuguesa, no Estádio Jacques da Luz, em Campo Grande. Na ocasião, o jogador da Lusa, Vinícius Machado, foi ofendido por um PM (Policial Militar).

Conforme divulgado anteriormente pelo Jornal Midiamax, os jogadores se exaltaram após uma decisão da arbitragem em relação à falta sofrida pelo jogador David, no primeiro tempo. A PM precisou entrar em campo para conter a briga. 

No momento da discussão, o PM puxa o jogador pelo braço para retirá-lo do campo e foi questionado sobre o atleta. Depois, relatou o ocorrido ao delegado da partida. Ao voltar para o campo, o policial começou a ameaçá-lo: “Eu acho você onde você estiver aqui, vou lá no vestiário e pego você”.

O jogador questionou por que estava sendo ameaçado e o PM respondeu, sacando as algemas: “Eu te dou voz de prisão. Você está me desacatando. Eu te prendo nego”.