O presidente do Corinthians, Duilio Monteiro Alves, defendeu sua criticada gestão durante uma sabatina realizada nesta sexta-feira (10), com a participação de setoristas do clube. Em fim de mandato e sem nenhum título conquistado, ele vê o time brigar contra o rebaixamento.

Então, na sabatina, Duilio apostou em exibir números para provar o ponto de que fez um bom trabalho no triênio em que esteve no comando. Além disso, colocou sua atuação administrativa no mesmo patamar do rival Palmeiras e do Flamengo, hoje apontados como exemplos de gestão no futebol brasileiro.

“Nesses últimos três anos, não tenho dúvida nenhuma, o trabalho do , administrativamente e profissionalmente, não perde em nada para Palmeiras e Flamengo. Em título, perdemos para eles, é claro”, disse Duilio. Dessa forma, também fez um paralelo entre sua gestão e à de Bandeira de Mello, presidente do Flamengo de 2013 a 2018 e hoje deputado federal.

“O Flamengo fez sua lição de casa lá atrás. O Palmeiras, quando fechar [a dívida deste ano], deve estar no mesmo patamar [que a do Corinthians]. Uma organização igual a essa não tem no Brasil. O Flamengo fez um excelente trabalho com o Bandeira de Mello, foi chamado de cheirinho, tentaram expulsar do conselho e colheu os frutos lá na frente. Teve coragem. Fortaleza faz um excelente trabalho, Athletico-PR também. O Atlético-MG também foi citado por vocês… Empréstimo, mecenas é empréstimo”, disse.

Duílio antecipa dívida de R$ 850 milhões

Para alçar o clube a tal nível em sua avaliação, Duílio antecipou números que o Conselho Deliberativo conhecerá oficialmente. Assim, relatou que, embora tenha convivido com juros muito altos, o clube arrecadou R$ 1 bilhão e fechará o ano com uma dívida de R$ 850 milhões.

“A dívida cresceu, mas foram pagos os juros. A gente tem aí pagamento de mais de R$ 300, R$ 400 milhões nesse período. A receita hoje é muito maior, mais do que o dobro a gente vai fechar. Infelizmente, o título não ganhamos, mas conseguimos ter o time mais competitivo. Chegamos a uma final. Quando bate na trave e entra, foi feito tudo certo, quando sai, foi feito tudo errado”.

Duilio também respondeu sobre as muitas vendas de jogadores realizadas ao longo desta temporada e afirmou que o clube não depende desses negócios porque diversificou suas formas de arrecadação.

“A venda de jogadores foi de R$ 175 milhões. Nem 20% de toda a receita. É um número importante para nós. Dentro do que a gente tem de receita e despesa, mesmo sem a venda de jogadores, o clube estaria fechando no azul. Isso foi importante, trouxemos receitas novas para o clube não ficar refém da venda de jogadores”.

Presidente lamenta saída de Róger Guedes

Ainda comentando sobre as negociações de atletas, Duilio disse lamentar apenas a saída de Róger Guedes para o Al-Rayyan, do Catar, viabilizada porque ele havia feito uma promessa ao atleta. “O único que fez falta na minha opinião no time e que eu não gostaria que tivesse saído, porque o valor não era interessante para o Corinthians, não ia ajudar em nada, foi o Róger Guedes. Mas foi algo que foi combinado e a palavra a gente tem que cumprir na vida; A gente procurou reposição, mas não achamos. A gente tinha jogo uma semana depois, decisivo, com o São Paulo”.

O presidente admitiu que teve problemas para sanar dívidas com jogadores que já deixaram o clube, mas garantiu que não tem dívidas pendentes com o atual elenco.

“Sobre na Fifa que podem gerar o transfer ban, esses dias o Palmeiras também não pagou não sei quem aí, mas o Corinthians sai no Jornal Nacional, no Fantástico, é assim. Pode gerar uma punição e ficar bloqueado de contratar, um dano grande. Essas dívidas tivemos muito trabalho para colocar em dia”, disse.

“Sobre FGTS, fizemos acordo, até temos as certidões negativas Atrasei no máximo cinco dias com esse elenco. O que atrasou mais algumas vezes foram dívidas anteriores que também eram direito de imagem. O atual dos jogadores está na CLT e essa parte que ficou para trás foi dividida em parcelas durante o período de contrato e vem sendo pagos, tanto Gil, quanto Cássio e outros que não quero citar. Essas, às vezes, algumas atrasaram Já o salário não atrasei”, completou.