A Seleção Brasileira de de 7 está recheada com talentos do esporte sul-mato-grossense, que participaram da conquista do bronze no Campeonato Mundial organizada pela IFCPF (Federação Internacional de Futebol para Paralisia Cerebral, em tradução livre), em Salou, na Espanha.

Capitão e goleiro do time, o jogador de MS, Moacir Fernando Matos, conta ao Jornal Midiamax que dos 14 jogadores (entre titulares e reservas), cinco são sul-mato-grossenses. Para o capitão, a Seleção Brasileira fez uma boa campanha nesta competição.

“Foi uma campanha de superação, com grandes jogos. Nós ficamos com bronze, então, creio que fizemos uma boa campanha”, diz ele à reportagem. O Brasil assegurou a medalha de bronze após derrotar os Estados Unidos por 2 a 0, repetindo a campanha da edição anterior, há três anos.

Brasil levou o bronze (Foto: Ande/ Divulgação)

De MS, além de Moacir, também integram a seleção, Leo Morais, Matheus Aparecido, Heitor Ramirez e Jefferson Luiz. Moacir, Heitor e Jefferson foram titulares na vitória da final.

Na comissão técnica e direto do Estado está o preparador de goleiros Marcos do Santos Ferreira, que também foi para a Espanha. Leo Morais, apesar de ser de MS, está jogando atualmente pelo Vasco da Gama.

Já Heitor, Matheus, Jefferson e Moacir fazem parte do time de futebol PC (paralisados cerebrais) Caíra (Centro Arco-Íris de Reabilitação Alternativa), de , que ficou com o título no Campeonato Brasileiro da modalidade.

Da esquerda para a direita na fileira de cima: o preparador Marcos, Jefferson, Moacir/ na fileira de baixo: Matheus, Heitor e Cesinha (que é de São Paulo, mas joga no Caíra) (Foto: Arquivo pessoal).

Rivalidade histórica

O Brasil enfrentou os Estados Unidos na final, mas o adversário mais ferrenho enfrentado pela seleção foi a , nas quartas de final.

“O 3 a 0 contra a Argentina foi uma guerra dentro do campo”, avalia Moacir ao Jornal Midiamax. O triunfo sobre os argentinos foi construído no primeiro tempo (no futebol PC, cada etapa tem 30 minutos), com “ajuda” dos rivais, que balançaram as próprias redes duas vezes. O terceiro gol ficou por conta do camisa 10 Cesinha, aos 14 minutos.

Depois da vitória sobre a Argentina, o Brasil perdeu pela primeira vez na campanha, para o (que terminou em 2ª lugar), por 4 a 1, pela semifinal.

Leo Morais é de MS, mas joga no Vasco (Foto: Ande/Divulgação)

7 vezes no pódio do Mundial

Esta foi a quinta vez que o Brasil finalizou o Mundial de futebol PC (que era conhecido como futebol de sete paralímpico) em terceiro lugar. Além de 2019, a seleção também foi bronze em 1998, 2001 e 2015. As melhores campanhas foram em 2003 e 2013, quando os brasileiros foram à final, mas ficaram com o vice-campeonato.

Inclusive, em 2013 foi a primeira convocação de Moacir. “Já participei de outros Mundiais, Parapan e Copa do Mundo. Às vezes a gente é convocado, às vezes não, mas, graças a Deus, eu estou dando sequência faz tempo”, diz o goleiro.

O Brasil encerrou o Mundial com cinco vitórias e apenas uma derrota. Na primeira fase, a seleção bateu Tailândia (3 a 1), Alemanha (6 a 0) e Irlanda (3 a 0).

(Foto: Divulgação/Ande)

Na final, também realizada no domingo (15), a Ucrânia derrotou o Irã por 1 a 0 e levantou a taça pela sétima vez. O detalhe é que a participação ucraniana, maior campeã mundial, era incerta até dias antes do torneio iniciar, devido à tensão militar no país, por conta da invasão russa.

A Federação Internacional organizou uma campanha de financiamento online para viabilizar a presença da equipe em Salou.

Os próximos compromissos da Seleção Brasileira são os Jogos Parapan-americanos e a Copa América.

Futebol PC

No futebol PC, os atletas são divididos em três classes: FT1, FT2 e FT3. Na FT1 estão aqueles com maior comprometimento físico-motor. Cada equipe, obrigatoriamente, precisa ter ao menos um deles entre os sete titulares. A FT3 reúne jogadores com menor grau de paralisia e somente um pode estar no gramado em cada time.

As regras são semelhantes as do futebol convencional. Além da duração do jogo, outras diferenças estão no número de atletas por equipe (sete), nos tamanhos do campo (70 metros por 50 metros) e da baliza (dois metros por cinco metros), na ausência do impedimento e na cobrança de lateral, que pode ser feita com apenas uma das mãos.