Era a primeira vez que o alagoano Jonathan Davi visitava para participar do campeonato de futevôlei, em , a 159 quilômetros de Campo Grande, entretanto, ainda na quadra, foi vítima de racismo pelo narrador da própria partida do campeonato de futevôlei.

Ao Jornal Midiamax, o atleta alagoano conta que ficou sem reação ao ouvir palavras racistas do rapaz. No vídeo, é nítido que chegou a ficar segundos paralisado. Jonathan Davi conseguiu entrar em quadra e vencer a competição.

“Na hora eu fiquei tão envergonhado pelas palavras que queria entrar num buraco e sumir e que ninguém tivesse escutado e entrei sem reação nenhuma. O narrador não falou nada comigo na hora, desculpas nem nada e, depois do ocorrido, só se manifestou depois que minha namorada postou o vídeo e viralizou”, disse.

O atleta já iniciou o processo para ingressar a denúncia de racismo na Justiça. Pelas redes sociais, o narrador Vitor Matheus publicou uma carta aberta de desculpas pela injúria racial, lamentando a atitude.

“Antes de mais nada, quero admitir o meu erro. O que ‘narrei' durante a apresentação do atleta não condiz com o que penso e o que vou ensinar a meu filho. Todos sabem que eu NARRO os jogos de forma amadora e não profissionalmente. Infelizmente, agi ERRADO; cometi o grave erro de falar o que falei com a conotação racista. Gostaria de me desculpar com todos, principalmente com o ATLETA E SUA FAMILIA, sem exceção, mas sobretudo com a comunidade afrodescendente. De coração aberto, estou disposto a fazer desse erro um aprendizado honesto e integral. Também quero me desculpar com o CT P67 de Maracaju MS que é uma instituição que desde sempre prega e luta pela igualdade, com meus companheiros de equipe e minha família”, escreveu.

Já a organização da quadra de areia do evento manifestou repúdio a atitude: “É com imensa tristeza que nossa equipe se manifesta sobre o caso acontecido nesse final de semana. Partimos do princípio em que cenas como essa nos atrasam, nos entristecem e torna tudo o que há de bom em ruim. Jamais saberemos a dor de quem sofre racismo, mas, cabe a nós amparar e lutar para que isso seja extinto do meio em que vivemos. A equipe do posto67 prega, além de tudo, por respeito, igualdade, inclusão. Seja por meio do ou de qualquer outra atividade que esteja ao nosso alcance, e jamais nos renderemos a situações como essas”, pontua um trecho do posicionamento.