Eleições agitam os bastidores de Corinthians, Santos e São Paulo

O futebol brasileiro está paralisado por causa da pandemia do novo coronavírus, mas Corinthians, Santos e São Paulo vivem bastidores agitados. Não apenas para planejar o restante da temporada, como também por ser ano eleitoral nos três clubes paulistas. Em razão da covid-19, futuros candidatos angariam apoio por meio de reuniões virtuais e conversas por […]

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O futebol brasileiro está paralisado por causa da pandemia do novo coronavírus, mas Corinthians, Santos e São Paulo vivem bastidores agitados. Não apenas para planejar o restante da temporada, como também por ser ano eleitoral nos três clubes paulistas. Em razão da covid-19, futuros candidatos angariam apoio por meio de reuniões virtuais e conversas por aplicativos de mensagens. Muitos ainda aguardam para lançar candidaturas de forma oficial.

No Corinthians, o grupo Renovação e Transparência está no poder desde quando Andrés Sanchez venceu a eleição em 2007. A tendência é de que o candidato da situação seja o atual diretor de futebol do clube, Duílio Monteiro Alves. Na oposição, quem surge como nome forte é um dissidente dessa ala, o ex-presidente do clube alvinegro: Mario Gobbi.

Após comandar o Corinthians entre 2012 e 2015, Gobbi se afastou da vida política. Ele reapareceu em reunião do conselho deliberativo do clube no fim do ano passado e deve ser candidato do Movimento Corinthians Grande, que conta com grande número de membros dissidentes do Renovação e Transparência.

Gobbi participou de transmissões pela internet e assumiu que pode ser candidato. “O Corinthians está numa hemorragia política Aceito voltar. Não pertenço a grupo político nenhum. Venho para apaziguar. Quero fazer uma gestão financeira. Dar credibilidade para o clube. Sem política”.

Um concorrente já confirmado é Augusto Melo, que disputou a vice-presidência na chapa de Antonio Roque Citadini na eleição passada. Em entrevista ao Estadão, ele contou que a ideia de se candidatar à presidência surgiu em uma conversa justamente com Gobbi.

“Acho que somente a nossa candidatura pode ser considerada como oposição, porque os outros já estiveram juntos das pessoas da situação”, disse o empresário, que foi diretor da base entre 2015 e 2016.

Outro que deve disputar a eleição é Paulo Garcia, que concorreu no pleito passado e tem grande influência, principalmente no conselho deliberativo do clube. “De minha parte tenho dedicado muito tempo em aperfeiçoar um plano de governo moderno e bem profissional para no momento oportuno apresentar a todos”, afirmou por meio de comunicado.

No Santos, o presidente José Carlos Peres cogita candidatar-se novamente para o próximo triênio, apesar de ter enfrentado até processo de impeachment no conselho do clube na atual gestão.

O Santos conta com diversos grupos políticos que buscam unificar algum candidato para ter mais força na eleição. Uma dessas movimentações deve ter o segundo mais votado no pleito passado, Andres Rueda, como representante.

“Estou tentando uma pacificação das oposições, o ambiente está bem conturbado. Se eu não conseguir, vou pensar mais para frente se serei candidato ou não. Estou tentando juntar lideranças que existem para criar um pacto de governança, independentemente de quem seja o presidente, para cumprir com as determinadas normas éticas e operacionais, agir de acordo com o estatuto do clube, de forma colegiada. Não há pensamentos antagônicos, a maioria pensa no bem do clube, mas tem vaidades e algumas rusgas pessoais”, afirmou Rueda ao Estadão.

Até agora, dois conselheiros anunciaram a pré-candidatura: Miltinho Teixeira, filho do ex-presidente Milton Teixeira e irmão de Marcelo Teixeira, que também é ex-mandatário do clube e atualmente presidente do Conselho Deliberativo do Santos; além do conselheiro Esmeraldo Tarquínio. O atual vice-presidente, Orlando Rollo, afirmou que não tentará se candidatar a presidente neste ano. Ele rompeu com Peres ainda no início da gestão, em 2018.

No São Paulo, o presidente Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, não pode tentar a reeleição. O único candidato já confirmado é o ex-diretor de marketing Julio Casares, que tem apoio de grupos da situação e da oposição, como o ex-presidente José Eduardo Mesquita Pimenta, derrotado por Leco nas últimas eleições.

“Estamos fazendo um trabalho de união de pessoas da situação e da oposição. Lançamos a candidatura recentemente, mas já vínhamos trabalhando há algum tempo. O São Paulo precisa de união e transformação. Mas a campanha realmente será feita nos próximos meses, após a pandemia, por respeito em meio à dificuldade dessa situação que o mundo vive”, disse Casares ao Estadão.

Casares ainda não sabe quem enfrentará na eleição do fim deste ano. Marco Aurélio Cunha, ex-diretor de futebol do clube e atualmente coordenador de futebol feminino da CBF, estuda lançar candidatura. Ele já externou o desejo de concorrer ao pleito, mas analisa se terá apoio de conselheiros. “Ainda não defini. Não existe candidatura sem alianças”, afirmou.

Atual vice-presidente, Roberto Natel é outro nome que surge entre os conselheiros para tentar a candidatura. Ele é rompido com Leco desde 2018 e, inclusive, votou pela reprovação das contas do clube no ano passado – votos para aprovação foram maioria. Natel avalia alianças e não quis comentar sobre o cenário político do clube. Com menos força, Sylvio Alves de Barros Filho surge como opção de grupos da oposição para disputar a eleição.

PALMEIRAS – A eleição do clube será só fim de 2021, quando o atual presidente, Mauricio Galiotte, não poderá se reeleger. O cenário aponta para uma disputa acirrada entre a dona da Crefisa, Leila Pereira, como candidata da situação e o ex-presidente e agora opositor Paulo Nobre. Nenhum deles até o momento garante que estará no pleito, porém conselheiros aliados de ambos já trabalham para viabilizar as candidaturas.

Antes da pandemia, Nobre chegou a se reunir com companheiros de clube em um almoço para discutir possíveis propostas. Do outro lado, Leila se mantém ativa nas redes sociais para interagir com torcedores e quando vai aos jogos do time no Allianz Parque, utiliza uma camisa com o número 21, uma referência ao ano da eleição.

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