Competindo até entre os que enxergam, Leonardo corre para ir a Tóquio em 2021

Desde a sua criação na Grécia Antiga, buscando celebrar os deuses e o período de paz entre as guerras até surgimento da versão moderna da competição, em 1896, os jogos Olímpicos têm o propósito de unificar os povos e nações dos cinco continentes. Em Campo Grande, um atleta persegue o sonho de fazer parte do […]

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Desde a sua criação na Grécia Antiga, buscando celebrar os deuses e o período de paz entre as guerras até surgimento da versão moderna da competição, em 1896, os jogos Olímpicos têm o propósito de unificar os povos e nações dos cinco continentes. Em Campo Grande, um atleta persegue o sonho de fazer parte do maior evento esportivo do Planeta.

Para muitos esportistas, o sonho de disputar o torneio é um objetivo de vida a ser alcançado. Para o maratonista e atleta paralímpico Leonardo Moraes da Silva, de 33 anos, que tem apenas 20% da visão, a chance de disputar o torneio nunca esteve tão próxima. Dependendo de um bom resultado na maratona de Sevilha, na Espanha, ele pode conquistar a vaga nas Paralimpíadas de Tóquio no Japão, no ano que vem.

O atleta chegou em Mato Grosso do Sul com 5 anos de idade,  mas foi aos 16 anos que o amor pelo atletismo foi despertado, na cidade de Aquidauana. “Eu gostava de jogar futebol, mas era ruim de bola, mas sempre corri bastante.  Me falaram: você corre bastante podia tentar no atletismo, e comecei em abril de 2003”.

Morando na Capital, ele percebeu cedo as dificuldades que os atletas brasileiros enfrentam para alcançar suas metas. “Falta patrocínio, o pessoal não acredita na gente, a Fundesporte (Fundação de Desporto e Lazer de Mato Grosso do Sul) e Funesp (Fundação Municipal de Esporte), por exemplo, não ajudam nem com um ônibus, ou uma passagem, são 17 anos tirando dinheiro do próprio bolso”, desabafou.

Vitórias e Ranking

Competindo até entre os que enxergam, Leonardo corre para ir a Tóquio em 2021
(Leonardo Amorim da Silva, agachado da direita para a esquerda. Com a delegação Brasileira paralímpica, na maratona de Londres em 2019 / Foto: Arquivo pessoal)

Com alguns buracos na pista da vida, o atleta de elite encara os desafios com otimismo, mesmo sem 20% da visão, ele carrega consigo resultados nacionais e internacionais, na sua categoria T12 (baixa visão) e competindo com esportistas do quadro tradicional. Atualmente, ele ocupa a 5º posição do Ranking Mundial paralímpico de maratona. Competindo com corredores sem deficiência, ele está em 1º lugar entre os maratonistas de Mato Grosso do Sul e 20º no índice nacional.

Consigo, ele carrega um currículo de vitórias e participações em competições pelo Brasil e o mundo. Uma de suas melhores lembranças, competindo pela categoria sem deficiência, foi a vitória na meia maratona de Assunção no Paraguai, no ano de 2016. E terminar na 27º posição na maratona de Buenos Aires na Argentina, em Setembro de 2019 .

Competindo até entre os que enxergam, Leonardo corre para ir a Tóquio em 2021
(Leonardo Amorim da Silva, com as medalhas de Buenos Aires 2018/2019 e Londres em 2019/ Foto: Arquivo pessoal)

Na classe T12, ele trouxe para o país a 7º colocação na Maratona de Londres, em abril de 2019. Correndo em solo Brasileiro, ele trouxe o 1º lugar na maratona de Porto Alegre no ano de 2018.

O sonho 

Leonardo treina diariamente 4 horas por dia, entre o turno da manhã e tarde, impulsionado pelo amor ao esporte. “Você pega gosto, independe se você ganha ou não é uma motivação para você melhorar. Correr em provas maiores, conhecer o mundo, é isso que me motiva”, falou emocionado.

Nos dias atuais, o atleta recebe incentivo do programa Bolsa Atleta, do Governo Federal. Todo o seu foco, está canalizado para a Maratona de Sevilha na Espanha, no dia 14 de fevereiro de 2021. Seu desempenho nessa competição, poderá definir o seu futuro como profissional. Na disputa, ele precisa garantir um bom índice entre os competidores, assegurando uma passagem, para a tão almejada Olimpíadas de Tóquio.

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