Sem receber, medalhista olímpico Diego Hypólito faz pedido para Bolsonaro

Diego Hypólito, medalhista olímpico nas Olimpíadas do Rio em 2016, fez um apelo ao presidente da República Jair Messias Bolsonaro, depois de ficar 7 meses sem receber salário na equipe de São Bernardo do Campo.

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Diego Hypólito, medalhista olímpico nas Olimpíadas do Rio em 2016, fez um apelo ao presidente da República Jair Messias Bolsonaro, depois de ficar 7 meses sem receber salário na equipe de São Bernardo do Campo. Sem patrocínios, Diego teme que não seja possível representar o Brasil no próximo ciclo olímpico em Tokyo, em 2020.

A situação precária fez com que Hypólito fosse a uma postagem do presidente Jair Bolsonaro no Instagram e, nos comentários, pedisse ajuda para disputar as Olimpíadas. O comentário tinha mais de 13.000 curtidas e o presidente não respondeu o atleta publicamente até o momento da realização desta matéria.

Sem receber, medalhista olímpico Diego Hypólito faz pedido para Bolsonaro
Reprodução/Instagram

Aos 32 anos, Diego Hypólito é um dos principais ginastas brasileiros. Com especialidade no solo, ele conquistou a medalha de prata nas Olimpíadas de 2016, no Rio de Janeiro. Em jogos Pan-Americanos, o ginasta coleciona duas medalhas de ouro no solo, um ouro e duas pratas por equipe e dois ouros e uma prata em salto sobre cavalo.

Logo após a demissão, Hypólito foi entrevistado pelo GloboEsporte.com e desabafou sobre a situação do esporte no Brasil. “Parece que o atleta brasileiro não tem valor. Estou muito triste. É desculpa em cima de desculpa. Eu queria continuar na região de São Paulo, é onde eu nasci, onde voltei a me consagrar. Mas é um descaso. Não tirei férias, quero voltar ao cenário internacional e ir para os Jogos Olímpicos. Sei que tenho potencial, mas parece que no nosso país é praticamente impossível. Jogam a responsabilidade de um para o outro. Duvido que se fosse em qualquer outro país eu teria sido tão destratado”.

Em outra postagem em seu Instagram, o atleta explicou o caso e frisou a situação difícil. “Vejamos a que ponto o esporte brasileiro chegou, sou medalhista olímpico”, escreveu.

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Alguém sabe o limite de um atleta ?? Eu quase descobri! Foram sete meses sem receber e ainda me submetendo a ficar calado, pois qualquer coisa dita podia espantar novos patrocinadores. Cansei, meus amigos! Acabou meu vínculo com São Bernardo do Campo, a Caixa terminou o contrato. Eu não sei como a coisa andou, se a Caixa efetuava o pagamento, mas eu não recebi sete dos 24 meses que trabalhei por lá. Em certo momento cogitei abrir mão de 4 meses, desde que os pagamentos se tornassem pontuais. Nem assim cumpriram o que foi acordado. Sempre me diziam “Diego, não fala nada! A Caixa pode achar ruim !”. Aliás, eu sempre respeitei a Caixa, que é uma grande incentivadora do esporte Brasileiro. Estou treinando em alto rendimento, não tirei férias e estou focado para competir no calendário 2019. Uma pena que, mais uma vez, faltou seriedade na gestão esportiva. Talvez o prefeito de São Bernardo, pelo qual eu tenho a maior admiração e estima, não saiba que me devem sete meses de salário. Talvez, do mesmo jeito que me orientavam a não falar nada, o prefeito não soubesse, mas o pessoal da secretaria de esportes deu um show de amadorismo ao receber recursos da Caixa e não repassar ao atleta. Quero apenas receber meus sete meses de salário e a vida segue! Começo 2019 sem nenhum patrocínio e nenhuma estrutura para treinar literalmente sem salário. Vejamos a que ponto o esporte brasileiro chegou, sou medalhista olímpico. Vamos esperar que com o novo rumo que esse país toma possamos encontrar gestores esportivos sérios e que possam nos ajudar a seguir em frente. Para o Diego é só mais uma adversidade e eu vou me levantar! A partir de segunda vamos procurar novo lugar para treinar, novos patrocinadores que acreditem no nosso potencial e gestores públicos que sejam sérios em cumprir com seus compromissos.

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