Prova foi interrompida duas vezes

Muita chuva, duas paralisações, vaias do público e o título de 2016 da ainda em disputa. Em um dia que podia terminar com festa para Nico Rosberg e Felipe Massa, a vitória de Lewis Hamilton em uma prova bastante tumultuada adiou a decisão para Abu Dhabi. Favorecido por suas bandeiras vermelhas e muitas voltas sob o safety car, o inglês mal foi ameaçado por Rosberg, que terminou em segundo. Em seu adeus, Massa não foi bem, bateu e saiu da pista chorando, produzindo a cena mais bonita da tarde ao chegar ao pit lane aplaudido por mecânicos de todas as escuderias.

O público, como em todo o fim de semana, aplaudiu e apoiou o piloto da Williams, que dá adeus à Fórmula 1 após 14 temporadas. Mas quem foi a Interlagos não ficou exatamente feliz. A cautela da FIA, que deu duas bandeiras vermelhas por conta da chuva, tirou a paciência da torcida, que vaiou bastante durante os mais de 40 minutos em que os pilotos ficaram recolhidos nos boxes.

Quando a corrida foi finalmente reiniciada, as disputas foram menos intensas do que poderiam, com seguidos acidentes forçando a entrada do safety car. Favorecido por isso, Hamilton liderou de ponta a ponta e chegou a 355, contra 367 do ainda líder Rosberg. Para ser campeã em Abu Dhabi, última corrida do ano, resta ao alemão precisa só de um terceiro lugar nos Emirados Árabes.

A dobradinha foi um prêmio à cautela da Mercedes, que em nenhum momento quis se arriscar e deixou toda a ação do pelotão de frente para Verstappen, da Red Bull, após muito arrojo ao longo da corrida. Além disso, a prova picotada ainda favoreceu as equipes menores, que conseguiram entrar no top 10.

Perez, da Force India, foi o terceiro colocado, favorecido pela estratégia da Red Bull e pelos erros dos pilotos da Ferrari. Felipe Nasr, em sua melhor prova no ano teve um desempenho excelente para quem largou na última colocação e ainda briga para estar no grid em 2017. 

Como foi a corrida

A prova foi marcada pela chuva intensa e seus efeitos. Cautelosa ao extremo, a FIA determinou que a largada fosse lançada pelo safety car, que seria presença constante dali em diante. O carro-madrinha demorou sete voltas para sair e voltaria pouco depois quando Marcus Ericsson bateu sozinho na entrada dos boxes.

Quando a pista finalmente ficou limpa, foi Kimi Raikkonen quem se acidentou de forma bastante perigosa. O finlandês perdeu o controle da Ferrari na reta dos boxes, rodou e ficou de frente para o pelotão, que por pouco não o acertou. Foi a primeira bandeira vermelha, que paralisou a corrida por meia hora. Em uma tentativa de reinício, os pilotos rodaram atrás do safety car por sete voltas, mas a direção de prova decidiu outra vez pela paralisação.

Duas horas depois da largada, a prova tinha 28 voltas completadas, sendo menos de um terço com a pista liberada. O público presente em Interlagos perdeu a paciência e vaiou muito a cautela excessiva da direção de prova.

Quando a corrida finalmente recomeçou, Verstappen teve seu momento de brilho. O holandês, que já tinha ultrapassado Kimi Raikkonen na primeira largada lançada da tarde, tomou o segundo lugar de Nico Rosberg. Em uma manobra arrojada, ele passou o alemão por fora na Curva do Sol, a primeira depois do S do Senna.

Verstappen ainda animaria a prova com uma escapada feia algumas voltas depois. O holandês esteve perto de rodar, mas mostrou muita destreza, manteve o carro na pista e ainda foi capaz de defender de um ataque de Rosberg no fim da reta dos boxes, mantendo a segunda colocação.

Enquanto Vettel se enroscava com Alonso em uma bela disputa no meio do pelotão, a Red Bull resolveu agir mais na frente. Com a chuva mais leve, testou os pneus intermediários com Ricciardo, viu que o australiano fez a melhor volta e resolveu apostar com Verstappen, que foi para os boxes fazer a troca.