‘Em casa’, México vence Uruguai em jogo quente pelo grupo C da Copa América

Hino do Chile foi tocado no lugar do uruguaio

Ouvir Notícia Pausar Notícia
Compartilhar

Hino do Chile foi tocado no lugar do uruguaio

 

Território mexicano até meados do século XIX, o estado americano do Arizona voltou a pertencer ao país latino por 90 minutos neste domingo, ao menos no Estádio da Universidade de Phoenix, onde a seleção do México venceu o Uruguai por 3 a 1 pelo grupo C da Copa América.

'Em casa', México vence Uruguai em jogo quente pelo grupo C da Copa AméricaCerca de 60 mil pessoas, a ampla maioria torcendo pela ‘Tricolor’, viram um jogo com alternâncias e alguma confusão entre os atletas na cidade de Glendale. A equipe dirigida por Juan Carlos Osorio foi para o intervalo vencendo por 1 a 0, com gol contra de Álvaro Pereira, e com um homem a mais devido à expulsão de Vecino.

Contudo, se a torcida esperou uma vitória mexicana fácil, se enganou. A ‘Celeste’ foi para cima no segundo tempo e empatou, com Godín, mas, mesmo depois que as equipes ficaram em dez contra dez, a ‘Tri’ buscou o triunfo graças a Rafa Márquez e Herrera, que balançaram a rede uma vez cada.

Dessa forma, os comandados de Osorio terminam a primeira rodada na liderança da chave, levando a melhor no saldo de gols sobre a Venezuela, que também hoje bateu a Jamaica por 1 a 0. Na próxima quinta, a bicampeã buscará a reabilitação diante da ‘Vinotinto’, enquanto os mexicanos terão pela frente os ‘Reggae Boyz’.

O México não conta na edição especial de centenário da Copa América com o meia Giovanni dos Santos nem como o atacante Carlos Vela, que pediram para não serem convocados. Além disso, Osorio, ex-técnico do São Paulo, pôde fazer apenas um treinamento com equipe completa antes da estreia.

No Uruguai, o principal jogador da equipe, o atacante Luis Suárez, foi desfalque. ‘Luisito’ não se recuperou a tempo de uma lesão na perna direita. Com isso, o ataque titular teve Rolán e Cavani, com Vecino e Lodeiro atrás, no 4-4-2.

Erro no hino e torcida

Antes de a bola rolar, a organização cometeu uma gafe incrível ao entoar o hino do Chile e não o do Uruguai. O erro não foi corrigido, para incredulidade dos jogadores no gramado.

O empurrão da torcida deu resultado logo aos três minutos, e a ‘Tricolor’ abriu o placar. Layún foi lançado na ponta esquerda e cruzou. Pressionado por Herrera, Álvaro Pereira, ex-jogador de São Paulo e Palmeiras, levou uma bolada no rosto e acabou marcando contra.

Mesmo com o gol marcado tão cedo, o México continuou apertando a marcação. Aos sete, Aquino roubou, disparou em velocidade e sofreu falta de Rolán. Guardado levantou buscando Rafa Márquez, mas Godín subiu mais, ganhou pelo alto e rechaçou.

Os uruguaios estavam mais preocupados em “engrossar” nas divididas que em criar, e os mexicanos tinham o controle das ações. Aos 21, Corona desceu pela direita e levantou, Godín afastou apenas parcialmente, e a sobra ficou com Aquino, que chutou cruzado e parou na defesa firme de Muslera.

O jogo esquentou a partir do último terço da primeira etapa. Exatamente aos 30 minutos, Lodeiro, ex-jogador de Botafogo e Corinthians, descolou ótimo lançamento por baixo para Cavani, que invadiu a área e encheu o pé, mas bateu em cima de Talavera. No rebote, Arévalo não conseguiu dar sequência à investida.

A resposta mexicana veio cinco minutos depois, em escanteio da esquerda. Araújo ganhou pelo alto perto da marca de pênalti e cabeceou no canto. ‘Chicharito’ chegava para escorar, mas Muslera se antecipou e segurar. Em outro córner, aos 43, Aquino, também de cabeça, tirou tinta da trave.

A situação da ‘Celeste’, que já era complicada, ficou ainda mais dura aos 44 minutos. Vecino cometeu falta dura em Corona, viu o segundo cartão amarelo e foi expulso, deixando a bicampeã mundial com um homem a menos.

Mesmo em desvantagem numérica, o Uruguai voltou do intervalo atacando mais e deu um susto logo aos três minutos. González bateu escanteio da direita, Giménez cabeceou e Cavani esteve a centímetros de desviar, mas a bola acabou saindo à esquerda do alvo. Aos nove, o jogador do Paris Saint-Germain alcançou, mas não conseguiu pôr força, e Talavera recolheu.

A pressão ia aumentando, e aos 11 minutos, depois de mais um escanteio, Giménez testou firme e mandaria no gol, mas acabou acertando um companheiro. Em seguida, aos 13, em linda triangulação com Godín e Cavani, Rolán recebeu livre na área, mas se enrolou e chutou para fora.

O erro custou a permanência no jogo, e Tabárez trocou Rolán por Abel Hernández. Já Osorio reforçou a marcação ao promover a entrada de Dueñas na vaga de Corona. Mesmo com as trocas, a equipe sul-americana continuou martelando, e Cavani teve boa oportunidade na falta, aos 21, mas carimbou a barreira.

À espera de um contra-ataque, o México enfim teve um lance de perigo na etapa final aos 23, em escapada de Lozano pela esquerda. O jovem meia-atacante cruzou rasteiro para ‘Chicharito’, que não pegou em cheio, e Muslera encaixou.

Acuado, a ‘Tri’ também ficou com dez homens aos 28, com a expulsão de Guardado, que já tinha amarelo. E foi necessário apenas um minuto em igualdade numérica para que os uruguaios empatassem. Sánchez cobrou a falta da intermediária, Godín apareceu livre e cabeceou no canto esquerdo, tirando de Talavera.

O gol do defensor do Atlético de Madrid deu fim a uma invencibilidade de 805 minutos da retaguarda mexicana e colocou fogo na partida. Aos 32, Herrera rolou na esquerda da área até Lozano, que chutou rasteiro para mais uma intervenção de Muslera.

“Espectador” no segundo tempo até então, o México acordou, voltou a ficar em cima e desempatou aos 39. Lozano levantou da esquerda na segunda trave, nenhum uruguaio cortou, e a sobra ficou limpa para Rafa Márquez, que soltou uma bomba indefensável para fazer o segundo.

Sem se entregar, a ‘Celeste’ ainda buscou uma nova igualdade, e teve duas últimas chances, mas a bola não entrou. Aos 41 minutos, Cavani ajeitou e Ramírez bateu para fora; aos 44, Maxi Pereira levantou e Godín, que virou centroavante, cabeceou por cima.

Quem voltou às redes para matar o confronto foi o México, aos 46. Jiménez ganhou no alto e apareceu na área para escorar o cruzamento por baixo de Lozano. O centroavante grandalhão brigou com a bola em um primeiro momento, mas ao menos conseguiu servir Herrera, que, com Muslera vendido, cabeceou para a rede.

Conteúdos relacionados