Bronze, Manuella Lyrio ficou emocionada no pódio e esqueceu-se de gesto militar

Os Jogos Pan -Americanos de 2015 têm sido marcados pela continência prestada pelos atletas nacionais no pódio , ação que tem causado estranheza a muitos, ainda mais em meio ao conturbado momento político do Brasil. Na última quarta-feira, a nadadora Manuella Lyrio, bronze na prova dos 200 m livre em Toronto , não repetiu o gesto. Engana-se quem pensa que foi por opção: a atleta/militar simplesmente se esqueceu.

“Esqueci, é muita emoção, passa tanta coisa pela cabeça que a gente acaba não lembrando. Desde 2013 sou militar. Eles sempre pedem para quando a gente vai no pódio pelo menos lembrar de fazer a continência, ficar na posição na hora do hino. Mas realmente às vezes a gente fica na emoção e acaba esquecendo. Não toma bronca, eles pedem em respeito ao apoio que dão para a gente”, explicou.

Outra atleta que é militar é Joanna Maranhão. A politizada atleta, que se envolve em polêmicas com opiniões fortes sobre diversos assuntos, vê com tranquilidade a relação entre os militares e os esportistas. A atleta ainda relatou o treinamento que passou para conquistar sua patente, que envolveu até dois desmaios.

“Eu acho legal porque eles sempre deixaram livre. Uma coisa que eu não fazia e passei a respeitar muito mais foi o hino. Tinha percebido isso no Estados Unidos, e depois no exército. São valores que você agrega, não é forçado. Eles não obrigam a prestar, quem quiser presta”, explicou sobre a continência. “Todo mundo ficou três semanas e foram bem duras, tivemos que fazer marchas de tantos quilômetros. Eu desmaiei duas vezes na formatura de tanto ficar em pé”, relatou.

Os atletas brasileiros vêm no exército uma outra opção de apoio – os esportistas conseguem aporte financeiro e estrutura de treinamento e competições. Diversos atletas da delegação brasileira são militares, mas o fato tem se destacado na natação e no judô.