Blatter admite único erro: não ter saído da Fifa antes
Suspenso ele comparou seus críticos à “velha inquisição católica”
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Suspenso ele comparou seus críticos à “velha inquisição católica”
Suspenso da presidência da Fifa pelo Comitê de Ética da entidade até 5 de janeiro, Joseph Blatter segue defendendo sua inocência. O dirigente suíço voltou a lamentar o escândalo de corrupção envolvendo cartolas da entidade e admitiu seu único arrependimento: ter concorrido a mais um mandato presidencial. “Meu único arrependimento é não ter me retirado após a Copa de 2014. Foi sugerido a mim, especialmente pela minha família. E eu deveria ter feito isso”, revelou em entrevista ao canal de televisão alemão ARD nesta terça-feira.
O dirigente de 79 anos comparou as críticas que vem recebendo à “velha inquisição católica” e revelou que o que o fez mudar de ideia foi o pedido de alguns presidentes de confederações. “Naquela época, cinco dos seis presidentes de confederações me incentivaram a continuar”, afirmou.
Blatter se tornou presidente da Fifa em 1998 e cumpria seu quinto mandato consecutivo até renunciar diante dos escândalos de corrupção, três dias depois de vencer o príncipe jordaniano Ali Bin Al-Hussein na última eleição, em maio. Antes mesmo de ter seu sucessor eleito, ele foi suspenso por 90 dias pelo Comitê de Ética da entidade devido a uma suspeita de pagamento ilegal a Michel Platini, o presidente suspenso da Uefa.
Blatter insiste em afirmar que não tinha conhecimento do que acontecia nos bastidores da entidade, principalmente com relação aos casos de corrupção e de distribuição de propinas. “O que posso dizer sobre mim mesmo é que eu sou um homem honesto, que confiava demais nas pessoas. Essa confiança foi abusiva.”
A última defesa pública de Blatter aconteceu um dia depois de a emissora britânica BBC revelar que oFBI está investigando o presidente suspenso da Fifa por participação em um dos primeiros grandes escândalos de corrupção envolvendo o nome da entidade, ainda na década de 90.
Blatter é suspeito de envolvimento no caso ISL, empresa de marketing esportivo fundada na Alemanha que pagou cerca de 100 milhões de dólares (375 milhões de reais pela cotação atual) em propinas à Fifa quando João Havelange era seu presidente – na época, Blatter era secretário-geral da entidade e braço direito do brasileiro.
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