Lagartixa e morcego são inspirações para alunos de MS em Festival de Robótica

‘LegoTixa’ e o ‘Bat Inovation’ são os dois times de estudantes

Ouvir Notícia Pausar Notícia
Compartilhar

‘LegoTixa’ e o ‘Bat Inovation’ são os dois times de estudantes

Dois times, que totalizam 19 alunos de Campo Grande, embarcaram nesta sexta-feira (11), à Brasília – DF, para representarem Mato Grosso do Sul no Festival de Robótica da Olimpíada do Conhecimento 2016. Na bagagem, eles carregam dois protótipos, um deles é inspirado em morcegos e o outro no método de aderência das patas das lagartixas.
 
Conforme a diretora da Escola do Sesi de Campo Grande, Glaucia Campos, as atividades foram desenvolvidas para a temporada Animal Allies (aliados animais, em português) proposta pela FLL (First Lego League).  “Eles deveriam escolher um animal e estudar a fundo a relação dele com a natureza e com os seres humanos, identificando características e benefícios, para desenvolver um produto inspirado nessas características”, explicou Glaucia.
 
O estudante Pedro Henrique Moreira de Araújo, de 14 anos, aluno do 9º ano do Ensino Fundamental, integra o time batizado de “LegoTixa” e conta que o mais surpreendente foi descobrir que o que garante a aderência das patas das lagartixas às superfícies são pelos microscópicos e não ventosas, como muita gente pensa. “Esses pelos microscópios reagem com os átomos da superfície da parede e garantem a aderência das patas”, explicou.
 
O caçula do time, Miguel Costa Flores, fará aniversário em Brasília, no dia 12 de novembro. Aluno do 7º ano do Ensino Fundamental e prestes a completar 12 anos, já pode comemorar a participação no desenvolvimento de um projeto que ganhará visibilidade nacional. “Descobrir coisas que você nem imaginava que existia, ou mesmo aprender algo que você achava que era diferente, tudo isso é muito importante. Quero continuar fazendo pesquisas porque conhecimento nunca é demais”, comentou.

Além da pesquisa com as lagartixas e a cola especial, os alunos também farão demonstrações com um robô de Lego, desenvolvidas para o Torneio de Robótica FLL. Eles precisaram construir o robô e criar comandos para cumprir os desafios propostos com inspiração no mundo animal, como levar ração até um ponto específico e orientar um cachorrinho cego.
 
Dez alunos da Escola Estadual Professor Henrique Cyrillo Corrêa, de Campo Grande, também participarão da Olimpíada do Conhecimento como apadrinhada do Sesi. De acordo com o estudante July Miguita Falusino, aluno do 8º ano do Ensino Fundamental, estava difícil controlar a ansiedade antes do embarque. “Estamos muito animados em representar Mato Grosso do Sul no Torneio de Robótica. Com esse trabalho que desenvolvemos nós já aprendemos muito e sabemos que lá aprenderemos ainda mais e, por isso, daremos o nosso melhor”, explicou.
 
“A ecolocalização do morcego serviu de inspiração para desenvolvermos um protótipo que auxiliará cegos e deficientes visuais”, destacou o professor gerenciador de Tecnologias Educacionais e Recursos Midiáticos (Progetec), Jhonatan de Lara Gonçalves, um dos orientadores do trabalho. Nascia, assim, o Time de Robótica Bat Inovation.
 
Com base no mecanismo de localização dos morcegos, a Bat Inovation elaborou um dispositivo de leitura QR Code (código de barras bidimensional), que funcionará como um identificador de espaço em locais públicos e fechados que o deficiente visual possa frequentar, proporcionando acessibilidade, mobilidade e inclusão social dos usuários da ferramenta. “Para possibilitar o uso do QR Code no projeto, é usado um piso tátil com relevo em adesivos que indiquem a localização do código dentro do ambiente”, explicou o professor.

AVALIAÇÃO

Os estudantes são avaliados em quatro categorias: Projeto de Pesquisa, Core Values, Design de Robô e Missões. No projeto de pesquisa, eles devem apresentar uma solução inovadora com base no tema “Animal Allies”, enquanto no Core Values os juízes analisam trabalho em equipe, competição amigável e se há divertimento. No Design do Robô, os juízes avaliam o desenho mecânico, estratégia e inovação na programação. Já nas Missões, os grupos precisam programar e executar tarefas.
 
A proposta do Festival é estimular o desenvolvimento da prática de robótica educacional junto às escolas, bem como promover o intercâmbio entre as equipes de todo o País, estimulando o desenvolvimento de novas habilidades técnicas e competências socioemocionais dos participantes.
 

Conteúdos relacionados

concurso