A poucos dias da maior edição do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que será aplicado neste fim de semana para 7,1 milhões de candidatos, o presidente do órgão responsável pelas provas está confiante na condução de um exame sem falhas. Para Luiz Cláudio Costa, que comanda o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) desde o começo de 2012, o que ocorreu no passado – como o furto da prova e o vazamento de questões em uma escola do Ceará – foi “crime” e não tem nenhuma relação com negligência ou falha na gestão.

“O Enem é um processo, como todo o processo tem que ter humildade, melhora de ano a ano. Você pega o SAT americano (sistema de seleção que serviu de inspiração para o Enem), aplicado há 100 anos, teve problema seríssimo de segurança no ano passado. Você está sempre sujeito a isso. O que eu posso dizer, da primeira edição até esta, é que não houve em nenhum momento negligência, falha de gestão”, disse Costa em entrevista ao Terra por telefone.

Otimista com a adesão das universidades federais ao Sistema de Seleção Unificada (Sisu), que usa a nota do Enem para selecionar os estudantes, o quarto presidente do Inep desde 2009 afirmou que o governo não desistiu da aplicação de duas provas por ano, o que chegou a ser anunciado pela presidente Dilma Rousseff ano passado, mas garantiu que antes disso é preciso ampliar o número de vagas e melhorar a relação entre o exame nacional e o ensino médio.

Para Costa, o Enem pode contribuir com a qualificação do ensino, a partir da adoção de uma base curricular unificada para todo o País, respeitando as especificidades regionais. Essa mudança no currículo, segundo Costa, será anunciada ainda este ano. Quanto às alterações no Enem, com mais edições ao ano, ele ainda evita comentar prazos, assim como se nega a falar no número de itens que compõem o banco de questões que podem ser usadas no exame. Tudo pela “confidencialidade” e segurança da prova.