O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, comparou neste domingo (4) os candidatos que postaram na fotos do (Exame Nacional do Ensino Médio) 2012 a “pichadores eletrônicos”.

“É quase como se fossem pichadores eletrônicos. É o mesmo tipo de querer deixar registrado. A impressão que dá é que [os estudantes] não têm nenhum tipo de responsabilidade com a prova, como se fosse uma aparente irreverência. Mas é uma aparente irreverência que prejudica e desestabiliza e gera insegurança processual naquilo que é o destino de milhões de pessoas que estão seriamente estudando”, afirmou.

Ele criticou, ainda, a divulgação no Twitter de um boato, na manhã de sábado, que dizia que o Enem havia sido cancelado. Segundo Mercadante, uma semana antes, o mesmo rumor também começou a circular na internet –porém, o ministro evitou atribuir motivação política aos boatos.

“Já encaminhamos [para a Polícia Federal], como fizemos antes, na véspera do Enem. Já tinha acontecido isso semana passada. Identificamos a origem do boato que deflagrou essa situação de instabilidade”, disse.

O ministro defendeu uma reforma na legislação para esse tipo de caso.

“Precisamos aprimorar a legislação no Brasil [em relação aos crimes contra concurso público]. Não permitir que qualquer cidadão tenha como prejudicar milhões de estudantes que estudaram e se dedicaram e o investimento que o Estado brasileiro faz”, afirmou.

Na avaliação de Mercadante, o monitoramento pelo Inep/MEC foi eficaz. “O trabalho de acompanhamento de mídia eletrônica foi muito bem feita pela equipe, e infelizmente os estudantes foram prejudicados.”

“Melhorias”

Indagado sobre os problemas enfrentados pelo Enem em edições anteriores (furto da prova na gráfica, erro na impressão de prova e vazamento de questões), o ministro disse que o exame passa por melhorias a cada ano.

“Aprendemos com as experiências anteriores e, ano que vem, aprenderemos com essa [edição]. Como falei, os incidentes são tão complexos… Por exemplo, não podemos colocar em cada escola uma parteira para acompanhar a situação, mas aconteceu. Teremos que saber qual é a resposta de saúde que teremos que dar para um conjunto de escolas. Ali, foi prontamente eficiente, o Samu atendeu”, avaliou.

Segundo o ministro, a pasta deverá divulgar em breve as orientações para que os candidatos possam pedir a redação corrigida para fins pedagógicos –eles não poderão pedir revisão da nota. “Todos os alunos serão orientados como devem solicitar a redação”, disse Mercadante, sem revelar se o acesso será por meio eletrônico ou correio.

O ministro avaliou a prova como “muito bem consumida, muito bem sustentada na teoria de resposta ao item”. Por meio dessa técnica, as questões são pré-testadas e classificadas por grau de dificuldade. Na elaboração da prova, os examinadores montam a prova de modo que haja questões fáceis, médias e difíceis, na mesma proporção que em anos anteriores, o que permite a comparação das provas ao longo do tempo.

O ministro minimizou os problemas apontados por professores de cursinho sobre questões que, na opinião deles, deveriam ser anuladas.

“Os elogios foram bem superiores às críticas. Faz parte do debate democrático numa sociedade plural discutir interpretações, mas temos muita segurança acadêmica, científica e pedagógica das questões. A nossa comissão vai se reunir e, assim que for divulgado o gabarito, vocês terão a resposta.”