Cerca de um ano e meio após sua inauguração, em julho de 2022, o Grupo Pão de Açúcar confirmou o fechamento da loja localizada na Rua Maracaju, no centro de Campo Grande. Informações obtidas pelo Midiamax indicam que os funcionários já foram comunicados da decisão e que o estabelecimento tem previsão de encerramento em 29 de fevereiro.

Em comunicado, o Grupo GPA, detentor da marca Pão de Açúcar, confirmou o fechamento e esclareceu que a decisão ocorreu após análises de viabilidade econômica. Contudo, não foi confirmado se o encerramento será ainda neste mês.

“Após estudos de viabilidade econômica, o Pão de Açúcar optou pelo fechamento de sua unidade na Rua Maracaju, em Campo Grande. Aos clientes, reiteramos que podem continuar fazendo suas compras no Pão de Açúcar por meio do e-commerce do aplicativo Pão de Açúcar Mais e na loja do Carandá Bosque”, diz a nota.

O Grupo GPA, informou ainda que funcionários que demonstraram interesse em permanecer na companhia poderão participar de processos de recolocação para outras unidades, como a do Carandá Bosque, conforme a disponibilidade de vagas. Ou seja, não há confirmação de que todos os funcionários terão o emprego garantido.

Má administração pode ter levado loja à ‘falência’

Um ex-funcionário, que preferiu não se identificar, afirmou que os funcionários foram comunicados do fechamento em reunião realizada em janeiro. Na ocasião, a administração do local afirmou que manteria as operações somente até o dia 29 de fevereiro.

“Após várias visitas e denúncias de irregularidades, fizeram uma reunião e comunicaram que irão fechar dia 29 deste mês. Os funcionários que quiserem serão transferidos para o outro Pão de Açúcar e quem não quiser, será mandado embora com um devido acordo”, explica.

Segundo ele, o local era administrado pelo mesmo gerente da época do antigo Extra, o que, segundo ele, teria levado o mercado à ‘falência’.

“Ele continuou sendo gerente quando virou Pão de Açúcar e o mercado foi ladeira abaixo. Mandou vários ótimos funcionários embora e indicou a contratação de ‘amigos’ que só fizeram o mercado piorar cada vez mais. A quebra do mercado é altíssima”, afirma.

Irregularidades do antigo Extra

Em 2022, o Jornal Midiamax apurou que, na lista do Procon de Mato Grosso do Sul, o Hipermercado Extra estava entre os supermercados que acumulavam maior número de multas. Além de produtos vencidos e impróprios para consumo, até ratos já foram flagrados por cliente andando na padaria da unidade.

No ano passado, a 3ª Câmara Cível do TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) julgou e confirmou sentença que condenou o Extra a pagar multas e mais R$ 250 mil em indenizações por danos morais, como consequência de práticas abusivas e vendas de produtos impróprios para consumo. O Ministério Público estadual também recorreu, pedindo que a indenização seja redimensionada para R$ 1 milhão, para garantir o “efeito pedagógico” da pena.

Conforme a empresa, o valor total da transação de venda foi de R$ 5,2 bilhões, com a transferência de 71 das 103 unidades do Extra Hiper para o Assaí. Das unidades restantes, 28 serão transformadas em Pão de Açúcar e Mercado Extra e 4 serão fechadas.

A transação de compra, ao custo de R$ 5,2 bilhões, seria paga de forma parcelada até janeiro de 2024. Segundo Jorge Faiçal, CEO do Grupo Pão de Açúcar, a saída do segmento de hipermercado visa intensificar o foco e a aceleração da expansão dos negócios de maior rentabilidade da companhia “por meio dos segmentos premium e de proximidade”. Nos últimos 10 anos, o Assaí abriu 150 lojas no Brasil. 

A outra loja do hipermercado localizado na Rua Joaquim Murtinho será um atacadista do Assaí, mas a mudança seria no período de cerca de um ano.