Quantas possibilidades existem dentro de uma propriedade rural? Neste 25 de maio, quando se comemora o Dia do Trabalhador Rural, quantos sonhos permeiam os pensamentos daqueles que acordam com o raiar do sol e vão para a lida? Em , pelo menos 160 mil pessoas tiram do campo o próprio sustento.

De vem um exemplo de trabalhadora rural que arregaçou as mangas, usou a criatividade e está mudando a própria realidade. Aos 53 anos, Rose Cler Duarte Fernandes, passou de fornecedora de leite para atravessadores para proprietária de uma agroindústria. Com selo de inspeção que permite vender seus produtos para todo o município.

Para a transformação, Rose que tem uma pequena propriedade na área rural de Aquidauana, se inspirou no trabalho do pai, que passou a vida trabalhando em fazendas do Pantanal. Foi lá que ela conheceu o queijo Nicola, típico da região pantaneira por não precisar de refrigeração.

Mais do que um queijo artesanal com alto valor agregado, Rose produz um item histórico e que contribui para manter viva uma tradição do povo pantaneiro. O queijo Nicola pode ser encontrado em estabelecimentos de Aquidauana, junto com o queijo tipo frescal e nozinho. A agroindústria Santa Luzia ainda produz doce de leite e requeijão de corte sob encomenda.

Investimento que volta para a comunidade

Com pouco recurso para investir na agroindústria, a própria cozinha foi o start que Rose precisava. Algumas poucas adaptações, com auxílio técnico da e seguindo as recomendações sanitárias, foram suficientes para que a agroindústria R2 saísse do papel.

A produção ganhou mais duas mãos fortes, da amiga e sócia Roseneide Insabralde e a certificação com o selo do Simas (Serviço de Inspeção Municipal de Aquidauana Simplificado). Atualmente as duas mulheres são responsáveis por tirar e manejar 150 litros de leite diários.

O retorno financeiro da venda dos produtos é todo reinvestido no negócio. “Eu quero expandir a agroindústria, então todo o que sobra eu invisto na produção, no melhoramento genético do gado, nos equipamentos”, diz Rose que agora tenta conseguir o Selo Arte.

Tamanho do agronegócio em MS

Dados da Pnad/IBGE (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) relativos ao 1º trimestre de 2023, mostram que em Mato Grosso do Sul há 159 mil trabalhadores do grande setor de “Agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura”.

Considerando que foi estimado em 1,5 milhão de pessoas na força de trabalho, 10,57% da população estão empregados neste setor. De acordo com o Caged, Mato Grosso do Sul tem 89.214 trabalhadores formais no setor de agronegócio.

De tão grande, é difícil mensurar o tamanho e importância do agronegócio em Mato Grosso do Sul. Presidente do Sindicato Rural de Campo Grande, Alessandro Coelho estima que ao menos 50% da população estadual tenha renda ligada ao agronegócio.

“O agro é muito maior do que só o trabalho no campo. Se olhar com atenção para o Estado vai encontrar o agronegócio em tudo, desde empresas de tecnologia para o agro, concessionárias de peças e tratores, bancos, ações de sustentabilidade. Há uma dificuldade na percepção de que tudo é agronegócio”, conta o presidente.