O Centro de Campo Grande sentiu o reflexo da paralisação do transporte coletivo de Campo Grande. A região, onde está concentrada boa parte do comércio da cidade, teve movimento fraco e muita loja abrindo depois do horário normal. 

Já perto das 9h30, loja de cosméticos na Rua 14 de Julho ainda estava com as portas abaixadas, mesmo uma hora e meia depois do horário de abertura. “Eles sempre abrem às 8h, mas até agora nada e não sabemos o motivo”, comentou funcionária de um estabelecimento ao lado. 

Já no comércio onde Alessandra Maciel trabalha, todos os funcionários chegaram atrasados, alguns, até 40 minutos depois do horário. “Fiquei meia hora tentando encontrar carro em três aplicativos. Entrei uns 15 minutos atrasada e quando cheguei, muitas lojas ainda estavam fechadas”, comentou.

Mesmo após a abertura, a vendedora revela que o movimento da clientela foi abaixo do esperado e deixou a desejar. 

14 de Julho não teve vai e vem de moradores como sempre se vê. (Foto: Thalya Godoy/ Midiamax)

Com a falta de ônibus, que levam maior parte das pessoas que circulam pelo Centro, a expectativa de vendas está em queda entre lojistas e trabalhadores do comércio. “Nesse horário já era para ter aparecido cliente, mas até agora nada. Hoje o movimento vai ser fraco o dia todo porque muita gente depende do ônibus”, comentou a vendedora Sara Vitória, de 21 anos, funcionária de acessórios para celular.

Paralisação

Na manhã desta quarta-feira (18), nenhum dos ônibus do transporte coletivo saiu das garagens em Campo Grande, obrigando milhares de usuários a buscar transporte alternativo. Em documento, o SSTTU-CG (Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Coletivo Urbano de Campo Grande) convocou todos os funcionários para assembleia geral no sábado (21), onde decidirão se a paralisação vira greve por tempo indeterminado.  

Negociação de reajuste

Há cerca de um mês, os motoristas estão em diálogo com a empresa detentora do transporte público de Campo Grande. Eles pedem reajuste de 16%, mas empresários ofereceram 6,4%.

Desde 22 de dezembro, motoristas alertam sobre a paralisação. Então, neste dia o Consórcio afirmou que a formalização de acordo de reajuste salarial com os trabalhadores passa pela definição da prefeitura a respeito do reajuste tarifário.

Em reunião da empresa com a categoria no dia 27 de dezembro, foi proposto aos motoristas um reajuste de 6,4%, mas o sindicato rejeitou inicialmente a proposta. Um novo encontro foi marcado para o dia 29 de dezembro, mas adiado após pedido do Consórcio.

Justiça não aceitou pedido do Consórcio Guaicurus

Em decisões na tarde desta terça-feira (17) e na manhã de hoje (18), a Justiça do Trabalho negou pedido do Consórcio Guaicurus que tentava impedir a paralisação dos motoristas do transporte coletivo de Campo Grande.

O advogado do Consórcio Guaicurus, Felipe Barbosa, informou à reportagem que o juiz plantonista negou o pedido em carácter de urgência.

“Nosso pedido de liminar foi indeferido, o juiz destacou no despacho dele que ainda não apresenta riscos. E disse que se houver a paralisação, vai reavaliar o pedido e notificar o sindicato”, relatou.