Diante de 82 expositores dos mais variados segmentos do agronegócio, o presidente da Fundação Chapadão, Ilton Henrichsen, disse – em discurso durante a abertura da 24ª edição do Tecnoagro, em Chapadão do Sul, município localizado a 330 km de – que o Brasil já poderia ser mais independente do mundo quanto aos fertilizantes.  Hoje, 85% dos fertilizantes são importados e 25% vêm da Rússia.

Após um ano de paralisação devido à pandemia, o Tecnoagro voltou em 2022 e trouxe expositores de Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e São Paulo, além de empresas multinacionais de todo o mundo. A previsão da organização do Tecnoagro acabou se cumprindo, com a participação de cerca de 5 mil visitantes e um montante de R$ 10 milhões em negócios realizados em três dias. Porém, ninguém conseguiu disfarçar o descontentamento e a preocupação com a escassez de fertilizantes, caso a guerra entre Rússia e Ucrânia se prolongue.

De acordo com Ilton Henrichsen, as jazidas de fósforo e potássio – minérios importantes para a produção de fertilizantes – já poderiam ter sido exploradas, da mesma forma que já fazem com o calcário. Para Henrichsen, fica difícil ser uma superpotência na agropecuária e não ter todos os insumos feitos no próprio país. O produtor rural disse, ainda, que está à espera de novidades do Plano Nacional de Fertilizantes anunciado para abril pela ministra de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina.

Outro ponto que gerou ansiedade entre os produtores rurais foi o anúncio da Caravana da Embrapa – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – prevista também para abril. Pesquisadores vão percorrer 30 polos produtivos do Brasil explicando técnicas de usar menos fertilizantes e colher melhores resultados. Ilton Henrichsen frisou que muitos produtores rurais já praticam a agricultura de precisão, que tem como principal objetivo otimizar a produtividade e minimizar perdas.