Índice de inadimplência sobe 4,5% no 3º trimestre no Brasil

No acumulado do ano até setembro, houve expansão de 16,3%. Na comparação interanual a alta foi de 31,3%.

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(Agência Brasil)

A dificuldade das famílias no Brasil em honrar seus compromissos financeiros segue crescente. O índice de inadimplentes avançou 4,5% no terceiro trimestre deste ano em relação ao período imediatamente anterior, conforme a Boa Vista. Já entre julho e setembro de 2021, chega a 25,4%.

No confronto mensal, o Indicador de Registros de Inadimplentes teve alta de 2,1% ante agosto de 2022. No acumulado do ano até setembro, houve expansão de 16,3%. Na comparação interanual a alta foi de 31,3%.

“Em setembro o indicador voltou a subir e somou o terceiro avanço mensal consecutivo, refletindo mais uma vez a dificuldade das famílias em honrar com seus compromissos em dia”, avalia em nota Flávio Calife, economista da Boa Vista.

Segundo Calife, a melhora observada no mercado de trabalho ao longo dos últimos meses e o alívio da pressão inflacionária ainda não foram suficientes para conter o avanço no número de registros.

Com os avanços, o índice de inadimplência no País acumula crescimento de 15,3% em 12 meses concluídos em setembro, o que representa uma aceleração ao visto em igual período até agosto, de alta de 12,3%.

Conforme a Boa Vista, o forte avanço do indicador na variação interanual novamente contribuiu para intensificar a tendência de crescimento da curva de longo prazo, que também vem sendo influenciada pelos aumentos expressivos observados nas variações trimestrais e no acumulado do ano.

“A tendência de alta nos registros ainda é forte e deve ser mantida até o final do ano em função do baixo nível de renda real dos trabalhadores e dos juros maiores”, estima.

Crédito

O Indicador de Recuperação de Crédito da Boa Vista teve alta de 0,9% em setembro ante agosto, encerrando o terceiro trimestre com crescimento de 1,2%.

Em relação ao nono mês de 2021, o índice apresenta elevação de 18,5%, o que contribuiu para acelerar a alta nos resultados acumulados, informa. No ano, o ritmo de crescimento passou de 10,2% para 11,1% entre os meses de agosto e setembro, enquanto no acumulado em 12 meses a alta atingiu 8,9%, ante 7,3%.

A Boa Vista lembra ainda que parte desse aumento no mês e nas análises acumuladas reflete o avanço no fluxo de inadimplentes, “que tem sido forte”. Desta forma, acredita que o indicador de recuperação de crédito continue nesta tendência ao longo do último trimestre de 2022. Isso porque, lembra, o indicador de registros de inadimplentes não sinaliza estar próximo de um ponto de inflexão.

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