Vigorando como um dos estados da região com o do mais alto, caminhoneiros estão evitando abastecer em Mato Grosso do Sul na tentativa de driblar a alta e fazer uma economia, já que a Petrobras reajustou em 5,18% o valor da gasolina e 14,26% do diesel nas distribuidoras.

Dentre os caminhoneiros, a opinião é unânime: evitar abastecer em MS. Ivo Soares, de 48 anos, trabalha para uma empresa de transporte e garante que o Estado tem o óleo diesel mais caro. “Eu tenho percorrido três estados. Mato Grosso do Sul, Paraná e Mato Grosso, e aqui [MS] é o mais caro”, conta ele ao Jornal Midiamax.

Ivo ainda diz que quando passa pelo Estado só para em 1 posto para abastecer “porque os outros estão mais caros ainda”. Para mitigar os gastos, a transportadora diminuiu o número de viagens e, como consequência, também enxugou a comissão dos caminhoneiros.

Quem também evita ‘parar' em MS é o caminhoneiro Júlio Souza. “Em Mato Grosso eu abasteço num posto que o litro é R$ 7,19, no Paraná que é R$ 7,39 e aqui o mais barato que eu achei foi R$ 7,76”, revelou ele.

Júlio conta que a tática usada pelos caminhoneiros é pernoitar em um estado que o diesel esteja mais em conta e que 55% dos gastos das empresas são com abastecimento. “Antes era 30%”, explica. Isso também impacta no repasse da comissão, que está menor.

(Foto: Stephanie Dias/Jornal Midiamax)

Empregados x caminhoneiros autônomos

Para o profissional Fagner Garcia, de 33 anos, o custo do diesel por litro em MS é de R$ 0,30 a R$ 0,40 mais caro que nos outros estados. Ele conta que as empresas estão monitorando para garantir a economia.

“Comissão fica comprometida porque a gente precisa viajar mesmo e a empresa reforça o monitoramento, para evitar correr e forçar o caminhão para economizar diesel”, conta ele.

Já para o caminhoneiro Álvaro Lopes, o preço praticado pelos postos está “insuportável”. Ele tem caminhão próprio e revela que 70% do ganho fica para o diesel e os outros 30% para sobrevivência e manutenção do caminhão.

Filho de caminhoneiro autônomo, Yago Souza conta que o pai precisa usar um tanque extra para abastecer em um local mais barato, que não é MS, e armazenar. Souza trabalha para uma transportadora e também garante que o Estado tem um dos preços mais caros praticados.

Aumento no frete

Na última sexta-feira (17), a  anunciou reajuste no preço do diesel, após 39 dias congelado, que passou a valer no sábado (18), e também elevou o preço da gasolina após quase 100 dias inalterado.

A NTC&Logística (Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística) destacou que, nos últimos 12 meses, os insumos do transporte rodoviário de cargas vêm sofrendo grande pressão, com os fornecedores das empresas de transporte ajustando os seus custos de produção e, consequentemente, repassando essas pressões para os transportadores.

Os custos, segundo a associação, subiram mais de 30% para alguns equipamentos nos últimos 12 meses.