Crescimento nacional do varejo reflete em MS por compras online e pequenas reformas

Segundo o IBGE, varejo cresceu 0,6% em janeiro de 2021 em todo país

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O comércio varejista cresceu 0,6% na passagem de janeiro para fevereiro de 2021, segundo dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), nesta terça-feira (13). Em Mato Grosso do Sul, apesar das dificulades ainda impostas pela pandemia, o crescimento nacional também foi sentido, no entanto, mudança de perfil do consumidor chama atenção. 

Conforme o economista-chefe da ACICG (Associação Comercial e Industrial de Campo Grande), Normann Kalmus, alguns setores evidentemente tiveram perdas financeiras durante os últimos meses, mas o que acontece hoje é um pequeno crescimento da economia em geral.

Segundo ele, o que ocorreu foi uma mudança significativa nos perfis de transação de mercado. Em alguns setores do varejo as pessoas realizaram mais compras pela internet, o que fez a diferença em alguns segmentos específicos. As pessoas deixaram de almoçar na rua e começaram a comer em casa, além de optarem por investirem na casa ao invés do comprar roupas.

Comparado com fevereiro do ano passado, houve um crescimento de empresas comprando de empresas. O que tem fortalecido as transações regionais, logo, você tem um mercado mais consistente e com o dinheiro circulando dentro do Estado.

“Foi um aumento estável com um pequeno crescimento.  O restaurante compra embalagens  de uma empresa local, ao invés de comprar de fora. Um dos motivos que fazem a economia girar mais, e que o dinheiro fique no Estado. Você não está preocupado com o frete, você compra lotes melhores e isso melhora o fluxo de caixa das empresas”, disse ele.

Segundo o economista, entre o período de janeiro e fevereiro deste ano foram abertas 904 empresas em Mato Grosso do Sul, em relação ao mesmo período de 2020, onde foram abertas 535. “Tivemos empresas fechando, mas tivemos um número muito maior de empesas abrindo, não houve essa queda que existe nos discursos”, finalizou.

O que diz a CDL

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Empresas que fecharam as portas (Foto: Divulgação / CDL)

Conforme o presidente da CDL (Câmara de Dirigentes Lojistas) Campo Grande, Adelaido Vila, a pesquisa específica sobre o varejo da Capital está em elaboração, porém, o que se tem consolidado é o número de fechamento de empresas, entre março de 2020 e 2021, divulgada pelo SPC (Serviço de Proteção ao Crédito) Brasil.

De acordo com a Câmara de Lojistas, mais de 28 mil CNPJs (Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica) foram encerrados entre março de 2020 até março deste ano, somente em Campo Grande. “Quando você faz uma totalização sem fazer um olhar mais penerado para determinado setor você pode ter um crescimento, porque existem setores que não pararam e cresceram, como os mercados, acaba gerando um certo equilíbrio”, disse Adelaido.

 Entretanto, alguns setores sofreram com os fechamentos e com temor de uma nova intervenção, afetando diretamente o comércio de pequeno e médio porte. “O comércio de rua só perdeu, você tem um setor que quando não estava fecha, estavam com medo do fechamento” finalizou  Adelaido.

Dados do IBGE

Segundo o IBGE, o varejo apresentou alta no acumulado de 12 meses (0,4%), mas teve quedas de 2% na média móvel trimestral, de 3,8% na comparação com fevereiro do ano passado e de 2,1% no acumulado do ano.

Na passagem de janeiro para fevereiro, o volume de vendas cresceu em quatro das oito atividades pesquisadas pelo IBGE: livros, jornais, revistas e papelaria (15,4%), móveis e eletrodomésticos (9,3%), tecidos, vestuário e calçados (7,8%) e hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (0,8%).

Por outro lado, houve quedas nos setores de outros artigos de uso pessoal e doméstico (-0,5%), combustíveis e lubrificantes (-0,4%), equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-0,4%) e artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (-0,2%).

O varejo ampliado, que também mede o comportamento dos setores de materiais de construção e de veículos e peças, cresceu 4,1% em fevereiro na comparação com janeiro. Os veículos, motos, peças e partes avançaram 8,8%, enquanto os materiais tiveram alta de 2% no período.

Nos demais tipos de comparação, no entanto, o varejo ampliado teve quedas: média móvel trimestral (-0,5%), comparação com fevereiro de 2020 (-1,9%), acumulado do ano (-2,5%) e acumulado de 12 meses (-2,3%).

A receita nominal do varejo cresceu 1,5% na comparação com janeiro deste ano, 6% na comparação com fevereiro do ano passado, 7,4% no acumulado do ano e 6,1% no acumulado de 12 meses. Já a receita do varejo ampliado subiu 4,4% em relação a janeiro, 8,6% na comparação com fevereiro de 2020, 7,7% no acumulado do ano e 3,5% no acumulado de 12 meses. (Com informações da Agência Brasil).

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