Depois de um período difícil por causa dos reflexos que a pandemia do novo trouxe ao país, o mercado imobiliário está aquecido e registra aumento de até 30% na venda de imóveis em .

Com as incertezas geradas pelo cenário da pandemia, vários estímulos econômicos foram tomados pelo governo federal, com objetivo de fomentar a economia. Entre eles, a taxa de financiamento de imóvel que está praticamente metade do que era há quatro anos e a redução da taxa básica de juros (a Selic) ao menor patamar da história.

Essas medidas deixaram o cenário propício para a venda de imóveis. “O mercado aqueceu […] essas medidas foram a gota d'água para pessoas que estavam com receio de comprar tomarem a decisão”, explica a corretora Simone Ferreira Leal.

A profissional detalha o aumento na procura pelos seus serviços. “Procura maior em torno de 30%. Isso por causa da melhora do cenário das melhorias de financiamento dos bancos. O destaque é para a venda de imóveis”, destaca.

A procura por imóveis novos também aquece o setor de construções. O presidente da Acomasul (Associação dos Construtores de ), Adão Castilho, destaca a importância do setor para o crescimento do país. “As vendas de imóveis cresceram cerca de 20%. Esta reação da construção civil nesta época pode dar impulso para a retomada da economia”.

Financiamento em alta

Como consequência, a principal forma de aquisição de um imóvel novo no Brasil, o financiamento tem registrado maior procura. O principal banco para financiamento de imóveis, a não divulga dados regionais, mas o levantamento nacional mostra como está o setor.

O saldo da carteira de crédito habitacional cresceu 5,2% em 12 meses, totalizando R$ 470,4 bilhões em março/2020, dos quais R$ 293,1 bilhões foram concedidos com recursos FGTS e R$ 177,4 bilhões com recursos CAIXA/SBPE.

Para o Programa Minha Casa Minha Vida (MCMV), no 1º trimestre de 2020, foram contratados R$ 7,4 bilhões pela CAIXA, o equivalente a 66,5 mil novas unidades habitacionais.

Reflexos

A alta demanda, justamente num período de incertezas para a economia, acabou gerando uma produção menor de materiais por parte das indústrias. Isso resultou em preços mais altos e falta de estoque nas lojas.

Várias lojas de materiais de construção consultadas pela reportagem relataram falta de materiais, principalmente de tijolo. “Na cerâmica estão dando prazo de 10 a 15 dias para entregar [tijolos], sendo que antes entregavam no dia seguinte”, disse a proprietária de um estabelecimento.

Os consumidores perceberam também que os preços estão mais salgados. O tijolo dobrou de preço e materiais elétricos e hidráulicos, que vem de outros estados, chegam com aumento de 40%. Outro material básico, o cimento, também está chegando mais caro.