Considerado um serviço essencial durante os tempos de pandemia de coronavírus, o setor de telecomunicações foi um dos poucos onde ainda não há previsão de demissões em massa em Mato Grosso do Sul. Entretanto, a crise preocupa e as empresas planejam um acordo com reajuste de salários, principalmente dos trabalhadores nos call centers. São 15 mil trabalhadores no setor de telecomunicações no estado, sendo 6 mil somente nos call centers.

Jefferson Borges Silveira é o diretor financeiro do Sinttel-MS (Sindicato dos Trabalhadores de Telecomunicações de Mato Grosso do Sul) e explica que as empresas estão preparando um acordo e devem propor ao sindicato. “Estamos discutindo qual deve ser o impacto disso. Vão fazer um ajuste nos salários e compensação de horas”, afirma.

O diretor explica que, por ser um serviço essencial, os call center continuam trabalhando, mas de uma maneira diferente. “Temos alguns trabalhadores em casa, para o pessoal que sai a campo teve a redução dos plantões, para ainda assim atender o cliente e não deixar o serviço parar”, diz.

Segundo Jefferson, os call centers buscam alternativas para não demitir os funcionários. Os funcionários do grupo de risco estão em casa e tiveram as férias adiantadas. Há uma escala de serviço, para organizar os trabalhadores. Isso aconteceu em alguns call centers de Campo Grande para evitar a aglomeração de funcionários nas empresas. Alguns call center chegaram a ser denunciados e até tiveram que fechar as portas para reorganizar o trabalho diante da pandemia.

“[Setor] não sofreu um impacto pesado, mas estamos preocupados. São 15 mil trabalhadores no estado, 6 mil só nos call centers”, aponta.

Regras durante pandemia

No início da pandemia, houve pânico entre funcionários de um call center de Campo Grande por suposta confirmação de uma colega para o novo coronavírus COVID-19. Depois, a prefeitura publicou uma normativa para o funcionamento desses estabelecimentos durante a pandemia.

Pelo decreto n.º. 14.199, o funcionamento de call centers e similares deverá ser feito com no máximo 20 operadores trabalhando simultaneamente. Também foi determinada que seja mantida distância mínima de dois metros um do outro.

No dia seguinte ao decreto, uma empresa foi fechada. Equipes da guarda municipal, junto da Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano) e Vigilância Sanitária foram até a empresa de call center, e os funcionários foram orientados a deixarem o local. A outra unidade na rua Tapajós também foi fechada. Segundo o secretário da Semadur, Luís Eduardo Costa, a intervenção foi feita porque a empresa não respeitou o decreto, e caso outros estabelecimentos venham a descumprir a medida podem ter o alvará cassado.